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terça-feira, 20 de março de 2012

EM PERNAMBUCO, RESISTÊNCIA DO MOSQUITO DA DENGUE PREOCUPA PESQUISADORES

A cada ano, 70 mil mosquitos transmissores da dengue são criados em um laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Recife, numa área chamada de “insetário”. Acompanhando minuciosamente todas as etapas da vida do Aedes aegypti, os pesquisadores se preocupam com o poder do inseto. Essa espécie impressiona os profissionais pelo poder que tem de enfrentar adversidades durante o seu desenvolvimento. A resistência é verificada desde a fase de ovo, passando pelas larvas, até virarem o mosquito.

Segundo os pesquisadores, a espécie está ficando mais resistente e os cuidados precisam ser redobrados. “Na fase de ovo, muitas vezes a gente coloca o ovo fora, joga a água e deixa escorrer pelo esgoto. Isso aí não vai fazer com que esse ovo seja eliminado. Vai ser eliminado apenas daquele ambiente, mas vai para outro e vai continuar o ciclo biológico”, comentou Cláudia Fontes, pesquisadora da Fiocruz. “Ele tem a capacidade de ficar preso nas bordas e, muitas vezes, é confundido com sujeira, com ciscos. Então a pessoa desavisada nem percebe a sua presença, lava o recipiente e torna a enchê-lo. Nesse momento de reencher, reidratar, esses ovos vão deixar as larvas sair e aí o recipiente vai estar novamente com o Aedes crescendo nele, até por doze meses”, completou a pesquisadora.

Toda essa capacidade de se adaptar e sobreviver a situações adversas fez do mosquito transmissor da dengue um ser vivo difícil de ser eliminado, pois sobrevive até em fossas. A pesquisadora Constância Ayres coordenou um estudo realizado em treze municípios pernambucanos, entre 2008 e 2011. O trabalho revelou que o mosquito não estava mais vulnerável à ação de diversos inseticidas, inclusive ao do tipo temephos, que era recomendado pela Organização Mundial de Saúde e usado no programa nacional de combate à dengue.

“O inseticida, em contato com o mosquito, tem um alvo. Normalmente são moléculas do sistema nervoso. Se você tem uma alteração, se essa molécula sofre uma mutação, muda de forma, o inseticida não consegue mais se ligar. Então, o inseto se torna resistente a esse produto. O uso descontrolado desses produtos leva a seleção dos genes envolvidos com a resistência. Então, o ideal é que você possa fazer uma rotação dos produtos”, informou Constância.

A pesquisadora também alerta que o uso de inseticidas para combater o Aedes aegypti deve ser feito apenas pelo governo e que à população cabe o trabalho de prevenir os focos do mosquito. "É papel do governo fazer esse controle, mas ela [população] tem um papel fundamental também, evitando a presença de focos de procriação do mosquito. Cada pessoa pode fazer isso na sua casa, no seu quintal, na sua escola, na sua rua, monitorando constantemente esses criadouros", concluiu Constância.

Informações: G1 PE

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