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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

COM ALTA DO IPI, SHINERAY PODE ABANDONAR FÁBRICA EM PERNAMBUCO

Pernambuco pode perder a fábrica de motocicletas da Shineray para Manaus. A aplicação do investimento de R$ 130 milhões, com obras de terraplanagem praticamente concluídas em Suape, está sendo repensada devido ao impacto negativo que o aumento da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), decretado pelo Governo Federal, em junho, para motocicletas até 250 cilindradas (cc), vai trazer nas vendas.

Com a medida vigorando desde o dia 1º de setembro, segundo a diretoria da montadora, é impossível sobreviver fora da Zona Franca de Manaus, já que a tributação vai elevar o custo do produto em 30%. O Governo de Pernambuco entregou um pleito ao Governo Federal para que a Shineray atue em condições igualitárias.

As “cinquentinhas”, responsáveis pela maioria do volume de vendas da Shineray, tendo a Phoenix 50 cc como a mais vendida, sofreram um reajuste, no IPI, de 15% para 35%, enquanto as motos com mais de 50 cc tiveram aumento de IPI de 25% para 35%. A medida, exceto para plantas industriais instaladas da Zona Franca de Manaus, que ficaram de fora do reajuste, foi anunciada pela Secretaria de Tributação e Contencioso da Receita Federal. Na época, a montadora afirmou que manteria os investimentos no Estado, o que a tornaria a única unidade fora da Zona Franca.

O diretor da Shineray, Paulo Perez, destacou que a ação de reajustar a alíquota do imposto é uma medida direcionada. “Somos a única montadora de motos fora da Zona Franca de Manaus. Somos a única marca atingida por uma medida nacional. Vamos aguardar uma sinalização do Governo Federal até o próximo mês”. Os revendedores e usuários das 50cc sustentam, através da Associação Pernambucana dos Usuários de Ciclomotores (Apuc), que as “cinquentinhas” não competem com nenhum produto nacional similar e que nem a Yamaha nem a Honda fabricam 50cc, mas abocanham 90% do mercado de motocicletas no Brasil, de acordo com a Abraciclo.

A produção da Shineray é prevista para novembro de 2013, com 150 mil unidades por mês e cerca de 600 empregos diretos. Sobre os prejuízos do Estado, o presidente de Suape e secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Frederico Amâncio, informou que o pleito foi entregue desde a publicação da medida para que os investimentos sejam mantidos por aqui, mas a fase é de aguardar.

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