Exatamente 24 anos depois, a Costa Rica repetiu seu maior feito em Copas do Mundo. Com a vitória por 1x0 em cima da Itália, na tarde desta sexta (20), na Arena Pernambuco, os Ticos assumiram a liderança isolada do Grupo D com seis pontos e carimbaram o passaporte para as oitavas de final. A Itália, com os mesmos três do Uruguai vai ter que se engalfinhar com a Celeste na última rodada para ficar com a segunda vaga. Para aumentar ainda mais a coincidência, aquele milagre de 90 foi alcançado no Mundial disputado na Itália, desta vez a coadjuvante do segundo.
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| Foto: AFP |
Depois de sofrer com o bafo quente de Manaus, o meia italiano Marchisio detonou: "sofri alucinações durante o jogo". A torradeira pernambucana não estava no máximo, mas mesmo assim, o delírio manaura parece ter gostado camisa 8. Foram seus pés, mais precisamente, o direito, que escreveu a história do primeiro tempo equilibradíssimo entre os até então líderes da chave.
A etapa de abertura ainda nem chegara na metade, mas já fora suficiente para Tejeda aproveitar a entregada quase maternal de Chiellini e De Rossi e chutar. Menos mãe que seus companheiros, Abate prensou e a bola foi para fora. Mas o assunto ainda é Machisio. Pouco depois disso, ele estava absoluto com a bola perto de sua metade do círculo central. Ninguém o molestava mas as alucinações voltaram. Talvez imaginando-se pressionado, recuou para Buffon. Na verdade foi mesmo um chute pra lá de onde esava o goleiro. Vindo de contusão no tornozelo ele até que tentou correr mas não chegou.
A Itália, que não chegava ao ataque nem por decreto, teve um sopro de inspiração quando Balotelli escapou pelo meio e cara a cara com o goleiro mandou por cobertura. Só que a bola foi demais à esquerda e terminou saindo. O jogo foi um dos mais equilibrados de toda Copa até agora, com os dois times revezando-se na supremacia da posse de bola.
Só quem poderia desequilibrar era alguém fora do normal. E como já vimos acima, esse cara era Marchisio. O problema é que a segunda vez dele teve a condescendência do chileno Enrique Oses. O italiano estava outra vez sozinho, quase no mesmo lugar do primeiro erro quando achou que o uniforme todo branco de Campbell era igual ao todo azul de Barzagli. Entregou ao homem errado. Campbell entortou o marcador e, na hora do chute, foi atropelado por Chiellini. A metade costarriquenha do estádio entrou nos ouvidos do árbitro.
Sem problema. Dois minutos depois veio um cruzamento lá da esquerda de Diaz. Ruiz mandou de cabeça e a bola bateu na trave e saiu. Mas o bandeira viu o que todos viram. A bola atravessara o limite fatal, depois confirmado pela tecnologia. Mesmo sem a ajuda de Marchisio, a Costa Rica estava na frente.
E assim permaneceria nos acréscimos. Na volta para o segundo tempo, Prandelli não tinha mais nada a fazer a não ser mandar seus jogadores ao ataque. Voltou com Cassano no lugar de Thiago Motta. Tínhamos agora um 4-4-2. Que não rendeu absolutamente nada. Cassano passava de um lado a outro sem produzir. Balotelli trombava e derrubava quantos aparecessem à sua frente mas sempre sem ver a bola.
E tome mudança, agora para o aberto 4-3-3. Insigne entrou no posto do apagado Candreva. E manteve a luz apagada de seu antecessor. Foi preciso mais gente lá na frente. Cerci entrou no lugar de Marchisio, que àquela altura nem entregar bolas para a Costa Rica conseguia mais.
O problema é que os italianos entupiram o setor ofensivo de gente e esqueceram de alimentá-lo. Pirlo é craque mas é um só e os costarriquenhos reforçaram a proteção da defesa justamente para não deixar o barbudo respirar. O melhor que a Azzurra teve no primeiro tempo, um controle melhor do jogo, perdeu.
E sem esse controle não criou nenhuma oportunidade clara de gol. A única foi uma falta cobrada por Pirlo, que o goleiro Navas conseguiu espalmar. Já os centro-americanos estavam satisfeito com o que tinham conseguido - além de o calor também ter desgastado.
Ficha do jogo:
Itália 0: Buffon; Darmian, Chiellini, Barzagli e Abate; De Rossi, Thiago Mota (Cassano), Pirlo, Candreva (Insigne) e Marchisio (Cerci); Balotelli. Técnico: Cesare Prandelli.
Costa Rica 1: Navas; Gamboa, González, Umaña e Duarte; Diaz, Borges, Tejeda (Cubero), Bolaños e Ruiz (Brenes); Campbell (Urena). Técnico: Jorge Luis Pinto.
Local: Arena Pernambuco. Árbitro: Enrique Oses (Chile). Gols: Ruiz, aos 44 do primeiro tempo. Cartões amarelos: Cubero e Balotelli.
Informa o NE10
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