Com informações do JC ONLINE PE -
Quarenta e sete por cento das escolas estaduais – 412 unidades de ensino – cumpriram mais da metade das metas acordadas com a Secretaria de Educação de Pernambuco. Como prêmio, professores e funcionários vão receber, no próximo dia 21, um salário extra. Mas existe ainda um longo caminho a ser percorrido para melhorar o aprendizado no Estado. Dos 53% (463) dos colégios que tiveram desempenho abaixo do esperado, 28% (246 escolas) pioraram no último ano.
Foto: JC Imagem |
O Bônus de Desempenho Educacional (BDE), como é chamado o prêmio, vai contemplar 19.927 servidores, dos quais 15.799 são professores. Os demais são gestores, educadores de apoio, técnicos e equipes das Gerências Regionais de Educação (GREs), que também recebem o dinheiro a mais. Para o pagamento do BDE serão destinados R$ 60,6 milhões.
Vinte e três por cento dos colégios atingiram todas as metas e 24% alcançaram no mínimo 50% das metas. São esses colégios que ganham o bônus. Em 24% houve melhora do desempenho, mas como o percentual ficou abaixo de 50%, não há o pagamento do BDE. Em 28% das unidades as metas não foram cumpridas e o resultado piorou, enquanto em 1% das escolas não houve variação nem cumprimento das metas.
São observados dois indicadores para definir o universo de escolas com direito ao BDE. O primeiro é o Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (Idepe), calculado com as notas de português e matemática dos alunos que estão nas séries finais dos ensinos fundamental e médio. O segundo indicador reúne as taxas de aprovação, reprovação e abandono. Os valores dos salários extra variam conforme o tempo do professor na escola e o percentual das metas atingidas.
“Cada escola tem uma meta estabelecida de acordo com a sua realidade e conforme o nível de ensino (fundamental 1 e 2 e médio)”, explica o secretário estadual de Educação, Ricardo Dantas. “Naquelas em que o desempenho ficou abaixo do esperado, a secretaria já começou a atuar, com reforço na parte pedagógica, com mais reuniões das GREs com os diretores. Também com encontros nas escolas, oferecendo mais apoio para os professores para identificar onde é preciso melhorar”, informa Ricardo Dantas. A GRE Sertão do Araripe foi a que mais se destacou.
MUDANÇA - Depois de dois anos sem ganhar o BDE, a Escola Estadual Senador Nilo Coelho, localizada dentro do Conjunto Ignez Andreazza, no bairro de Areias, Zona Oeste do Recife, comemora bom resultado. O colégio está no universo de 23% de unidades que atingiram todas as metas. Maior participação das famílias, reformulação do projeto pedagógico e mais participação e compromisso de todos os funcionários, de merendeiras a professores, estão entre as justificativas para a mudança.
“Estávamos muito desmotivados, não éramos reconhecidos. A mudança foi de toda a escola”, diz a professora Patrícia Oliveira. “Os alunos descobriram que a escola é deles. Passaram a valorizá-la”, complementa a diretora, Leila Rodrigues. Estudam no Nilo Coelho 750 alunos. Trabalham 41 pessoas.
Para quem não ganhou o bônus, o sentimento é de frustração. “É impossível que a gente não tenha avançado nada. Não sabemos quais são os critérios que a secretaria usa”, afirma o professor de geografia Valter Souza, da Escola Estadual Reunidas São Sebastião, no Vasco da Gama, Zona Norte do Recife.
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