Com informações do Blog do Magno Martins -
A partir de hoje, com a chegada de Paulo Câmara (PSB) ao poder estará sendo reeditado o estilo e a forma de governar do seu guru, o ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em 13 de agosto do ano passado. Que se cuidem os auxiliares não muito chegados ao trabalho, porque a agenda será eduardista. Não haverá trégua nem descansos em feriados.
Já amanhã, o secretariado está convocado para uma reunião que só tem hora para iniciar, devendo se prolongar por quase todo o dia, podendo entrar pela noite. No dia seguinte, em pleno domingo, Câmara estará fazendo a sua primeira maratona pelo Interior. Vai ao sertão para retomar obras que foram paralisadas por João Lyra.
Na agenda, autorização para conclusão da estrada que liga o distrito de Rio da Barra a Sertânia, de apenas 9 km, no Sertão do Moxotó. Em seguida, em Afogados da Ingazeira assina a ordem de serviços para reinício das obras de restauração da PE-292, que liga o distrito de Albuquerquené ao município de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, de 40 km.
Na quarta-feira, já estará em Brasília para a posse do senador Armando Monteiro Neto no Ministério do Desenvolvimento Econômico. Câmara disse que seu governo será nas ruas, junto com a população. Entenda-se por isso, dentre outras metas, a retomada do programa “Governo nos Municípios”.
Cria legítima de Eduardo, Câmara adotará, rigorosamente, o seu ritual, acordando cedo e dormindo tarde, com incansáveis reuniões de monitoramento. Para os auxiliares que também trabalharam com Eduardo, nenhuma novidade. Já para os novatos, desacostumados com a rotina, muita apreensão e tensão.
Câmara também usará a internet e o Whatsapp para fazer cobranças em tempo real das missões delegadas. “A pressão será grande. O homem tem o mesmo tesão por trabalho de Eduardo”, diz um dos secretários mais próximos em tom de advertência aos que pensam que terão sossego e vida fácil.
LEGADO – O discurso do governador Paulo Câmara foi direcionado para o ex-governador Eduardo Campos. “Eduardo nos deixou no auge de sua força política. Estava pronto para ser personagem influente no Brasil por muito tempo, confirmando-se como ponto de convergência das esperanças dos brasileiros. É inegável o legado de seu governo”, disse, em um dos trechos mais emocionantes e também aplaudido.
Cara pálida – Por mais que tentasse esconder era de constrangimento a imagem do agora ex-governador João Lyra Neto, ontem, na transmissão do cargo para o governador Paulo Câmara. Tudo por causa da sua atrapalhada entrevista aos jornais desconfiando da capacidade gerencial e política de Câmara.
Distante e magoado – Embora tenha sido tratado no discurso de Dilma como “maior líder popular da história do Brasil”, o ex-presidente Lula não quis saber dos holofotes na posse da presidente reeleita, ontem, no Palácio do Planalto. Se manteve à distância e evitou jornalistas. Na verdade, Lula não gostou da montagem do Ministério.
Pacote anticorrupção – Na tentativa de criar uma agenda positiva e mostrar que está disposta a enfrentar o temporal do escândalo da Petrobras, Dilma anunciou, ontem, em seu discurso, que enviará ao Congresso um pacote para combater fortemente a corrupção. A esta altura, quem acredita mais? Nem mesmos seus mais fiéis aliados.
Medidas – Entre as ações previstas para enfrentar a corrupção estão a punição com rigor dos agentes públicos com enriquecimento incompatível com seus ganhos; maior agilidade e eficiência nos processos judiciais envolvendo autoridades com foro privilegiado, “sem agredir o amplo direito de defesa e do contraditório” e maior rigor no combate aos crimes de caixa 2 e no confisco de bens adquiridos de forma ilícita.
CURTAS
EDUCAÇÃO – Em seu discurso de posse, a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou que o lema de seu novo mandato será “Brasil, pátria educadora”. Com isto, a presidente sinaliza que a educação será maior prioridade de seu novo mandato.
INVESTIMENTOS – Já Paulo Câmara deu destaque às obras de Suape, ao Porto Digital, ao Polo de Hemoderivados (Hemope), ao adensamento dos polos de bebida e serviços e ao polo automobilístico. Ressaltou a necessidade de investimentos na Transnordestina, no Arco Metropolitano e a Transposição do Rio São Francisco.
Perguntar não ofende: Como o Congresso reagirá às medidas de combate à corrupção do pacote de Dilma?
'De que serviria o preço na mão do tolo para comprar sabedoria, visto que não tem entendimento?'. (Provérbios 17-16)
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