Com informações do Blog de Inaldo Sampaio -
Se, como diz o ex-presidente FHC, o impeachment de Dilma só virá se houver o empurrão das “ruas”, essa possibilidade ficou mais remota neste final de semana. Primeiro, porque Eduardo Cunha tomou o lugar da presidente no caldeirão da crise.
Deverá ser, a partir de hoje, o centro das atenções dos brasileiros, que querem saber até onde irá sua capacidade de resistência (a de Severino Cavalcanti durou apenas duas semanas) depois que a Procuradoria Geral da República divulgou as provas de suas contas bancárias na Suíça, abastecidas com dinheiro roubado da Petrobras. Além disso, o pedido de impeachment que será apresentado amanhã pelos juristas Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo tem como ponto principal as “pedaladas fiscais” de 2015, que, na opinião de outros juristas, não constituem crime. Crime, dizem esses, só com lei anterior que o defina. E nem o Código Penal nem nenhuma outra lei tipifica “pedalada” como crime.
Os brasileiros querem saber até onde vai a capacidade de resistência de Eduardo Cunha em comparação com a de Severino Cavalcanti
Teobaldo e Joaquim Levy
O ministro Joaquim Levy (Fazenda) teve novo encontro com o deputado Ricardo Teobaldo (PTB-PE) na última sexta-feira, em Brasília. O pernambucano é o relator da LDO de 2016 e por isso tem sido tão “paparicado” pelos ministros da área econômica. A pauta da reunião foi o superávit primário (economia para pagar juros da dívida) e um possível corte nas emendas parlamentares. Hoje, cada deputado pode apresentar emendas ao OGU de até R$ 16,3 milhões.
Sucessão – Mesmo ferido de morte, o deputado Eduardo Cunha já estaria administrando sua sucessão na presidência da Câmara. Ele vai tentar emplacar um “pau mandado”, mas essa possibilidade é improvável. Se o PT e o PSDB tiverem juízo, escolherão um nome de consenso – tipo um Miro Teixeira (RJ), por exemplo – para pôr água e não mais gasolina na crise política.
Roubo – Bandidos entraram sábado na casa do prefeito do Cabo, Vado da Farmácia, no distrito de Ponte dos Carvalhos, mas levaram apenas a chave do veículo de um dos filhos dele.
FEM – Paulo Câmara foi a Panelas, 6ª passada, para inaugurar calçamento de ruas feito com recursos do FEM. O prefeito Sérgio Miranda o apoiou em 2014, apesar de ser petebista.
CPI – Caminha para ter um desfecho melancólico a CPI do BNDES da Câmara Federal, da qual faz parte Betinho Gomes (PSDB-PE). O fim pode ser ainda pior que o da CPI da Petrobras.
Veto - O TCU vai aprovar uma Instrução Normativa proibindo que o relator das contas do presidente da República dê entrevista antes que o relatório técnico seja disponibilizado para os outros ministros. É para evitar a “politização” do processo, como fez Augusto Nardes nas contas deste ano. O ministro José Múcio (foto) é o relator das contas de 2015.
Crise - Se a classe média, por conta da crise, está trocando os planos de saúde por médicos do SUS, que dirá as classes mais baixas. Sábado agora, por exemplo, o programa “Veterinário nos bairros”, da Prefeitura do Recife, fez 354 atendimentos na Bomba do Hemetério (castração de cães e gatos). Clínica particular cobra até R$ 900,00 para castrar um cão.
Limite - Augusto Coutinho (SD) tem sido de uma lealdade a toda prova ao presidente nacional do seu partido, Paulo Pereira (SP), o Paulinho da Força Sindical, que declarou neste final de semana que estará ao lado de Eduardo Cunha “para o que der e vier”. Porém, a solidariedade de Coutinho ao presidente do Solidariedade tem limite. Ele reconhece a gravidade das provas contra Cunha e não ficará ao lado dele, neste episódio, nem que a vaca tussa.
Aval – Foram hilárias as inserções do PSC no final de semana. Num dos filmes, o presidente nacional do partido, pastor Everaldo, espinafra Dilma dizendo que ela levou o país ao fundo do poço. Noutro, Sílvio Costa suaviza a barra da presidente dizendo que o Brasil é maior do que a crise. O PSC é o lado inverso do PMDB. A cúpula faz oposição ao governo, mas liberou um dos seus (Sílvio Costa) para ser seu vice-líder na Câmara Federal.
Foto: Divulgação
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