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quinta-feira, 1 de maio de 2014

AYRTON SENNA: UM ÍDOLO ETERNIZADO

A bandeira brasileira empunhada com ar heroico depois de cada vitória, desfilando pelo circuito, reverenciada mundo afora. O capacete verde, amarelo e azul, uma homenagem às cores do País. A emoção incontida no degrau mais alto do pódio a cada vez que o Hino Nacional tocava. Gestos espontâneos e cheios de simbolismo, que contribuíram para resgatar o orgulho de uma nação inteira, nem que fosse apenas nas manhãs de domingo. Ao longo de dez temporadas na Fórmula 1 (de 1984 até 1994), Ayrton Senna foi a tradução da imagem de um “Brasil que dá certo”. Imagem que fez com que se tornasse um ídolo perene ao tempo, mesmo exatos 20 anos após a sua morte.

Reprodução
Aqueles eram anos complicados para o País. O orgulho andava arranhado por sucessivos problemas nos campos político, econômico e social. Nem mesmo o futebol era motivo para alegrias – o time canarinho amargava decepção atrás de decepção depois do tri em 70. Era difícil não ser tomado pelo “complexo de vira-latas”, expressão criada pelo dramaturgo pernambucano Nelson Rodrigues para tratar do sentimento de inferioridade em que os brasileiros se colocavam, voluntariamente, em face do restante do mundo. “Senna personificava a imagem de um Brasil vencedor, campeão... e isso mexia positivamente com a autoestima das pessoas”, explica Túlio Velho Barreto, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco.

Mexia e mexe.  Até hoje, os fãs do tricampeão não deixam que a imagem do ídolo, dono de 41 vitórias e três títulos mundiais na Fórmula 1, se apague com o tempo. Assim, Senna se renova e sobrevive mesmo depois de duas décadas do fatídico acidente que sofreu na sétima volta do GP de San Marino, no circuito de Ímola, na Itália, quando liderava a corrida. “Há casos na história em que o ídolo morre e o mito nasce. O de Ayrton Senna é exatamente um deles”, afirma Antônio Roberto Rocha, psicólogo esportivo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A dimensão do mito em que Senna se transformou pode ser mensurada na rede social Facebook, onde existem mais de 20 páginas dedicadas ao ex-piloto. A mais acessada delas, “Ayrton Senna sempre”, conta com quase 3,2 milhões de seguidores, que compartilham vídeos e matérias sobre o tricampeão, além do saudosismo dos anos em que o Brasil acordava cedo nas manhãs de domingo para acelerar com aquele franzino, que tinha sede de vitória e que enchia uma nação inteira de orgulho. Como comparação, a fanpage de Felipe Massa – único brasileiro em atividade na F-1 nesta temporada – conta com menos de 31 mil seguidores.

Foi justamente dessa vontade de mexer com o orgulho dos brasileiros que nasceu o gesto de Senna de empunhar a bandeira após cada vitória na F-1. O primeiro ato foi em 22 de junho de 1986, após cruzar na frente com a Lotus preta e dourada no GP dos Estados Unidos, no circuito de rua de Detroit. O piloto paulista estava “engasgado” comas brincadeiras dos mecânicos e engenheiros franceses de sua escuderia, que comemoravam o fato de a França ter eliminado o Brasil da Copa do Mundo do México, no dia anterior, na disputa por pênaltis das quartas de final – os times haviam empatado por 1x1 no tempo normal e na prorrogação.

“Antes de largar, imaginei como o País devia estar triste com a eliminação da seleção na Copa. Decidi então, caso vencesse, fazer uma homenagem aos brasileiros. Seria uma forma de mostrar ao mundo a força do Brasil e o orgulho que cada um de nós carrega dessa bandeira”, explicou Senna, durante a coletiva de imprensa, após a corrida em Detroit. “Também aproveitei para dar um ‘cala a boca’ nos mecânicos e engenheiros da Lotus, que não paravam de fazer piadinhas com a nossa derrota. Respondi para eles na pista, vencendo”, completou, com um sorriso de canto de boca, denunciando a satisfação em honrar a nação com a sua principal arma: a competência.

MARCA REGISTRADA - Desde Detroit, o gesto se repetiu após cada uma das outras 37 vitórias que conquistou posteriormente na F-1. “Era mágico ver Senna comemorando a vitória com a bandeira do Brasil. Enchia de orgulho cada brasileiro. Não importava se fosse rico ou pobre, homem ou mulher... todos se sentiam honrados. As manhãs de domingo nunca mais foram as mesmas”, relembra o pernambucano Clayton Pinteiro, presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). “O Brasil não tinha muitos motivos para se alegrar naquela época. Senna nos dava a oportunidade de viver momentos felizes”, completa Beto Monteiro, piloto pernambucano da Fórmula Truck.

Já o capacete em verde, amarelo e azul nasceu do regulamento do Campeonato Mundial de Kart de 1978, que obrigava os pilotos a entrarem na pista com a peça pintada nas cores de seus países. A criação para Senna foi do designer Sid Mosca, que faleceu em 2011, aos 74 anos, em decorrência de um câncer na bexiga. O paulista se identificou tanto com a pintura que a manteve para o restante da carreira. “Era mais um símbolo de sua brasilidade e isso alimentava o carinho do povo por ele”, reconhece o psicólogo Antônio Roberto Rocha.

Carinho que pôde ser sentido em toda a sua plenitude após as vitórias nos GPs do Brasil de 1991 e 1993, pela McLaren. Senna, a bandeira brasileira, o capacete nas cores do País, a massa de torcedores eufórica que invadiu a pista para comemorar ao lado do ídolo nacional. Festas inesquecíveis, que dão uma dimensão da importância do ex-piloto para toda uma nação.

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