A Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (11) trouxe Pernambuco como principal local do Brasil com avanço na produção industrial na passagem de março para abril. O estado registrou um crescimento de 31,3% no período analisado, sendo a maior taxa da série histórica em termos absolutos e ficando bem acima da média nacional, que registrou avanço de 0,1%.
O economista da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Cézar Andrade, atribui o resultado positivo ao retorno das atividades da refinaria Abreu e Lima, que estava paralisada desde o início do ano para a conclusão das obras de modernização do Trem 1. Não é à toa que nos primeiros três primeiros meses do ano, Pernambuco acumulou uma queda de 28,5% na sua produção industrial, com recuo de 10,1% apenas na passagem de fevereiro para março.
Apesar de contar com outras atividades industriais relevantes, como a indústria naval, as fábricas de veículos automotores e a indústria alimentícia, a produção pernambucana ainda pode ser muito impactada pelas alterações na refinaria, que é a única do estado. “Além do Trem 1, que foi modernizado agora, precisamos ter outros para a nossa produção industrial crescer ainda mais”, disse Andrade, ao adiantar que já existem negociações para instalar o Trem 2 em Pernambuco.
Com o desempenho positivo no PIM mais recente, o estado também tem boas perspectivas para os meses seguintes. De acordo com a Fiepe, um dos desdobramentos pode ser o reaquecimento da demanda em segmentos industriais importantes para Pernambuco, como os setores de alimentos, químicos e derivados de petróleo.
MOMENTO DE CAUTELA
Porém, a Fiepe destaca que o momento ainda é de bastante cautela, pois a base de comparação estava bastante deprimida e Pernambuco ainda registrou uma queda de 3,4% em relação ao mesmo período no ano passado. “A gente ainda atribui essa queda ao setor de derivados de petróleo, que ainda não voltou a sua capacidade total e teve um recuo de 9,6% em relação ao ano passado. O setor de produtos alimentícios também caiu 7,6% em relação ao mesmo período. Estamos em um momento de inflação elevada, com a taxa Selic em 14,75%, o que dificulta a produção”, analisa Andrade.
A boa notícia é que a tendência é de que esse quadro se reverta até o final do ano. “Historicamente, a produção de Pernambuco sempre é melhor no segundo semestre, com a retomada da indústria da cana de açúcar, dentre outras que intensificam a produção nesse período, a gente vê um semestre de recuperação”, aponta Andrade.
BRASIL
O PIM sobre a produção industrial brasileira na passagem de março para abril também registrou avanço na Região Nordeste (7,2%), Goiás (4,6%) e Bahia (0,5%), que também ficaram acima da média nacional (0,1%). São Paulo, o estado que tem o maior parque industrial do País, se destacou com desempenho negativo, registrando queda de 1,7% no período analisado.
Na comparação com abril do ano passado, a variação negativa de 0,3% foi acompanhada por 11 dos 18 locais pesquisados. No acumulado em 12 meses, o avanço de 2,4% do setor industrial foi acompanhado por 12 das 18 localidades, porém, dezesseis apresentaram menor dinamismo.
A Foto é de: Fernando Frazão/Agência Brasil




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