Com informações da Agência Brasil -
A presidenta da Petrobras, Graça Foster, disse hoje (29) que os preços dos combustíveis no Brasil estão acima dos valores do mercado internacional, mas estiveram abaixo durante os últimos meses e a intenção é manter o patamar atual.
“Vou trabalhar intensamente para que a gente mantenha esses preços, porque é muito importante para o caixa da companhia. Sabemos que perdemos parte do nosso market share (participação no mercado), porque alguma gasolina e diesel vão entrar no Brasil através de outras distribuidoras, mas, ainda assim, é extremamente importante para o caixa da companhia, principalmente nos anos de 2015 e 2016, que a gente tenha essa diferença a favor para o caixa da Petrobras”, explicou Graça Foster em coletiva na sede da empresa, após participar de teleconferência com investidores e analistas para detalhar as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014, sem revisão da auditoria externa.
Graça Foster considerou compreensível a preocupação do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, que pretende suspender o regime especial de recolhimento de impostos da Petrobras, por causa de queda na arrecadação do estado. A executiva adiantou que vai ter um encontro com o governador para discutir a questão, que segundo ela, foi levada à reunião que teve ontem (28), em Brasília, com a presidenta Dilma Rousseff.
“É compreensível a preocupação do governador Pezão. Nós conversamos recentemente, por telefone, e tenho uma agenda na semana que vem com o governador, e é compreensível. A gente paga menos participações especiais. Preço do petróleo a US$ 50, US$ 48 dólares por barril, entendo que os estados estarão todos fazendo esforços para que fechem suas próprias contas. Nós temos uma reunião na próxima semana para conversar inclusive sobre o Comperj”, adiantou.
Graça Foster afastou qualquer desentendimento com o governador sobre a questão. “Não há estranhamento com o governo do Rio. A Petrobras e o governo do estado sempre foram parceiros, em especial, talvez, nos últimos dez anos. Tenho certeza que vamos encontrar soluções interessantes para os dois lados”, completou.
Enquanto a conferência e a coletiva aconteciam na sede da empresa, do lado de fora do prédio uma manifestação organizada por integrantes do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro pedia que a empresa resolvesse o atraso no pagamento de salários e direitos trabalhistas, por parte da empresa Alumini Engenharia, a empregados das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras, em Itaboraí.
A Petrobras já se posicionou em relação ao caso, dizendo que a dívida é da Alumini, mas o diretor do sindicato Brayer Grudka Lira contestou. Ele explicou que no acordo coletivo dos petroleiros, de 2013, foi estabelecida a criação de um fundo garantidor para separar o percentual de até 5% destinado a cobrir eventuais problemas que possam surgir em contratos com outras empresas. “A Petrobras teria que acionar este fundo, que vem do dinheiro do contrato”, disse.
Na manifestação, colocaram nas grades do prédio uniformes de empregados da Alumini e um caixão representando a morte da empresa.
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