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segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Aldeia Xukuru de Pesqueira é a 1ª no país a utilizar técnica natural de combate à dengue


A Aldeia Xukuru de Cimbres, em Pesqueira, no Agreste do estado, foi escolhida para implantação da Técnica do Inseto Estéril (TIE), um método de controle do Aedes aegypti considerado seguro, e dispensa o uso de inseticidas químicos, utilizada pela primeira vez no país como política pública.

"Reduzindo a população do mosquito, reduzimos automaticamente o risco de transmissão para os seres humanos", destacou o biomédico sanitarista e Diretor-Geral de Vigilância Ambiental de Pernambuco, Eduardo Bezerra, sobre a nova estratégia de controle, que prevê a soltura de mosquitos machos estéreis.

A ação contou com a participação da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e integra um conjunto de medidas coordenadas pelo Ministério da Saúde para o enfrentamento das arboviroses, especialmente dengue e chikungunya.

A iniciativa utiliza a Técnica do Inseto Estéril (TIE), um método de controle vetorial considerado seguro, e dispensa o uso de inseticidas químicos. A tecnologia consiste na liberação de mosquitos machos esterilizados, que copulam com as fêmeas da espécie, impedindo a geração de ovos viáveis e promovendo, de forma gradual, a redução da população de mosquitos.

De acordo com Eduardo, a técnica faz parte de um programa nacional de incorporação de novas tecnologias em saúde pública. “Esse é um programa do Ministério da Saúde que reúne tecnologias que vêm sendo estudadas e testadas há alguns anos e que agora passam a ser utilizadas de forma estruturada no Sistema Único de Saúde”, afirmou.

Segundo Eduardo Bezerra, três tecnologias compõem esse programa: a Técnica do Inseto Estéril, o método Wolbachia e as estações disseminadoras de larvicida.

Em Pernambuco, duas delas já estão em desenvolvimento. “O Estado está implantando o mosquito estéril, que começa agora em Pesqueira, e também as estações disseminadoras de larvicida, que já funcionam no Recife e em Jaboatão dos Guararapes”, explicou.

Ainda segundo o diretor, os mosquitos utilizados na ação não são introduzidos de outras regiões. Os ovos são coletados no próprio território indígena por meio de armadilhas específicas e enviados para uma unidade localizada em Juazeiro, na Bahia, onde passam pelo processo de esterilização.

Posteriormente, os mosquitos adultos retornam para o local de origem para a liberação. “São mosquitos da própria região. Eles apenas passam pelo processo de esterilização e retornam ao território, o que elimina qualquer risco de impacto ambiental”, destacou.

A escolha da Aldeia Xukuru de Cimbres como área-piloto levou em conta as características do território. Conforme explicou Eduardo Bezerra, a técnica apresenta melhores resultados em locais com maior área livre e onde é possível realizar monitoramento contínuo.

“Os territórios indígenas contam com equipes de atenção primária e vigilância em saúde dentro das aldeias, o que facilita o acompanhamento da estratégia e a avaliação dos resultados”, afirmou.

Antes do início das solturas, as equipes técnicas realizaram o levantamento da população do mosquito na área. O monitoramento é feito por meio de ovitrampas, armadilhas que atraem as fêmeas para a deposição de ovos.

A contagem desses ovos é o principal indicador utilizado para medir a eficácia da técnica. “Menos ovos indicam menor população de mosquitos circulando. Esse acompanhamento é feito semanalmente”, explicou o diretor.

A expectativa para 2026 é que as solturas dos mosquitos estéreis ocorram de forma contínua ao longo do ano, com liberações semanais e que os primeiros efeitos possam ser percebidos já na próxima sazonalidade das arboviroses em Pernambuco, que normalmente ocorre entre os meses de março e junho.

“Se tudo ocorrer como planejado, já devemos observar uma redução sensível na próxima sazonalidade”, avaliou Eduardo Bezerra.

Fatores

Embora não haja uma estimativa fixa de redução percentual da população do mosquito, o diretor destaca que os resultados dependem de fatores ambientais, climáticos e operacionais.

“A população do mosquito varia ao longo do ano e sofre influência direta das chuvas e da umidade. Por isso, a avaliação precisa ser feita de forma contínua”, disse.

A diminuição da população do Aedes aegypti tem impacto direto na transmissão das arboviroses. “Reduzindo a população do mosquito, reduzimos automaticamente o risco de transmissão para os seres humanos. Menos mosquitos significam menos picadas e menos casos de dengue e chikungunya”, afirmou.

A ação faz parte do Plano de Ação para Redução da Dengue e Outras Arboviroses 2024/2025, lançado pelo governo federal, e deverá seguir até 2026. Além do monitoramento entomológico, os dados epidemiológicos da região também serão analisados para avaliar a efetividade da estratégia.

“Vamos cruzar a redução da população do mosquito com o número de casos registrados, especialmente durante os períodos de maior incidência”, explicou.


Com Imagem de: Arquivo

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