Com informações do Blog de Jamildo -
Em que se pese a diferente penetração no eleitorado nordestino, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) têm propostas similares para o Nordeste brasileiro, região que concentra mais de 38 milhões de eleitores e que pode ser decisiva para o resultado das eleições do próximo domingo (28).
Uma das principais obras da região, a Transposição do Rio São Francisco é prometida tanto pelo PT, quanto pelo PSDB. Em meio ao acirramento do segundo turno, o empreendimento ganhou espaço nos guias eleitorais de Dilma e Aécio nas últimas três semanas. A obra prevê a construção de dois canais de 477 quilômetros
O pivô do debate foi o início dos testes no sistema de bombeamento do empreendimento, iniciados dias antes do segundo turno, que foram apresentados pelo PT como a prova de que a obra está saíndo do papel. Na oposição, o PSDB acusa a Transposição de estar parada e de ter estourado o prazo de conclusão e a previsão de custo.
Numa região marcada por um perímetro de mais de 950 mil quilômetros quadrados de semiárido, não é de se estranhar que os projetos de segurança hídrica sejam priorizados. Além da construção de adutoras e ramais em diversos estados, Dilma e Aécio também prometem ampliar o número de poços e cisternas à disposição da população local; que a petista pretende fazer a partir do Programa Água para Todos.
Na área de infraestrutura, os dois candidatos prometem investir no setor ferroviário e concluir a Transnordestina e a Ferrovia Oeste-Leste. O tucano quer dar prioridade a parcerias público-privadas (PPPs).
Tanto Aécio, quanto Dilma também prometem ampliar e fortalecer o programa Bolsa Família, que atinge até sete milhões de pessoas na região, embora tenham visões diferentes para o programa. O PT quer que ele siga no modelo atual, prometendo ampliá-lo a partir da melhora do sistema de busca ativa dos possíveis beneficiários.
Já o PSDB quer transformá-lo no Programa Família Brasileira, que classificaria o benefício em cinco níveis progressivos. Durante a campanha, boatos de que Aécio poderia acabar com o programa foram disseminados na região, o que o levou a prometer transformar o Bolsa Família numa política de Estado.
Outro ponto polêmico na campanha, o Programa Mais Médicos também é defendido por ambos os candidatos que prometem ampliá-lo. Hoje, o Mais Médicos atende 3.700 municípios em todo o País. Foram contratados 14.400 médicos para atuar no programa. Desses, 80% são de origem cubana.
Enquanto Aécio fala em melhorar as condições de trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS) e “regular o acesso de estrangeiros ao mercado nacional”, Dilma promete criar o Mais Especialidades para ampliar o atendimento que hoje é restrito à saúde básica.
IMPORTÂNCIA – No primeiro turno, Dilma venceu em oito dos nove estados do País, perdendo apenas em Pernambuco, onde a ex-senadora Marina Silva (PSB) foi a mais votada por contar com o apoio da família e aliados do ex-governador Eduardo Campos, falecido em agosto.
Na região, a petista abriu 12,2 milhões de votos de vantagem em relação ao candidato tucano, o que foi fundamental para neutralizar a liderança de Aécio no Sudeste do País, que concentra os maiores colégios eleitorais. Na primeira votação, a diferença de voto entre os dois candidatos foi de 8,3 milhões.
Para tentar compensar a desvantagem no Nordeste, Aécio foi o único candidato a lançar uma lista de propostas exclusivas para o Nordeste. O plano é chamado de “Nordeste Forte” e promete, até o final do mandato, elevar a renda per capita mínima dos nordestinos para US$ 1,25 diário.
“Se eu puder escolher uma marca pela qual gostaria de ser lembrado, daqui a quatro anos, encerrando meu mandato, eu quero ser lembrado como o melhor presidente que o Nordeste já teve”, disse Aécio, em Campina Grande, na Paraíba.
“Eles que têm uma visão afastada do Brasil não sabem que esse povo é trabalhador, que paga seus impostos”, afirmou Dilma em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. “Hoje aqui no nordeste tem cisternas. Tem casa pra morar. Tem garantia da continuidade do Bolsa Família”, lembrou.
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