Dor e revolta marcaram, nessa quarta-feira (19), o enterro da agricultora Rosilene Hermínia da Silva, 32, e dos seus filhos, Fernanda Lopes Silva, 8, Nayane Kelliane Ferreira, 3, e João Vitor Ferreira, de 1 ano e 6 meses, assassinados brutalmente na madrugada de anteontem, nesta cidade do Agreste. O também agricultor e ex-companheiro de Rosilene, Luiz Lopes da Silva Neto, 41, principal suspeito da chacina que comoveu o Estado, continua foragido.
Os corpos das vítimas estavam no Instituto de Medicina Legal (IML) de Caruaru e chegaram a Lajedo no início da tarde de ontem. A ideia era fazer o velório do Cemitério Santo Inácio, mas o espaço ficou pequeno para a quantidade de pessoas que compareceram ao local. Os caixões então foram transferidos para o Ginásio Poliesportivo do Colégio Normal do Lajedo.
Um dos irmãos de Rosilene, José Ernando da Silva, 38, veio de São Paulo, onde mora, para dar o último adeus aos parentes. "É uma coisa que não tem explicação, não podia existir, foi uma barbaridade. Um homem que faz uma coisa dessas não pode ficar solto, pois ele pode fazer com outras pessoas. Queremos justiça", desabafou. Ele não conhecia o suspeito de ter cometido os crimes.
O sentimento de revolta estava presente mesmo em pessoas que não conheciam as vítimas, como a dona de casa Cícera Barros de Lima, 45. "Uma coisa dessas dói no coração da gente", disse, enquanto enxugava as lágrimas.
Por volta das 16h, as pessoas foram impedidas de chegar perto dos caixões. Apenas os parentes puderam acompanhar a cerimônia realizada pelo padre Ednaldo Ramos. "A morte, quando vem dessa forma, causa uma grande tristeza e revolta. Esperamos a Justiça de Deus e dos homens, que o culpado seja punido", comentou.
No cortejo até o Cemitério Campos dos Sonhos, muitas pessoas aguardavam a passagem dos caixões em esquinas e varandas. Em alguns momentos, as pessoas ensaiaram coro com pedidos de "justiça, justiça".
O corpo de Rosilene Hermínia foi enterrado em uma cova ao lado do filho mais novo, João Vitor. Fernanda Lopes e Nayane Kelliene ficaram em duas covas próximas.
A família foi morta na madrugada dessa terça-feira (18). De acordo com a polícia, Rosilene foi morta a pauladas e golpes de faca. A filha mais velha, Fernanda, fruto de um relacionamento com o acusado, foi estuprada e depois enforcada com um barbante. Nayane Kelliane e João Vitor foram afogados em um tonel de água.
Informações: NE10/JC Interior
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