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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

SAÚDE É BOM SABER!


Mutações da dengue são ameaçadoras. Conheça sintomas da síndrome do choque;
Basta haver chuva e um recipiente a céu aberto e está pronto o lugar ideal para que o Aedes aegypti deposite seus ovos na água parada. A presença do mosquito é um perigo para a população, que corre o risco de ter dengue, já que o Aedes é o transmissor do vírus. A doença infecciosa, comum nesta época – já atingiu 715,6 mil brasileiros só em 2011 –, pode ocorrer de forma mais leve, com sintomas semelhantes aos da gripe, ou mais grave, na forma hemorrágica. 
Conforme mostrou nessa quarta-feira o Estado de Minas, alguns laboratórios têm testado vacinas contra a doença e uma delas, em estágio mais avançado, está em seu último teste clínico, com 4 mil voluntários no Brasil, além de outros 14 países.

Um estudo publicado esta semana na revista especializada Nature Genetics, feito por pesquisadores de Cingapura e do Vietnã, revela que uma mutação nos genes MICB e PLCE1 torna as pessoas mais vulneráveis a desenvolver a síndrome do choque da dengue, que é a forma mais grave da dengue hemorrágica. A síndrome, segundo o epidemiologista Pedro Tauil, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), é caracterizada pela diminuição da pressão arterial; pela redução do volume do sangue – o que dificulta seu fornecimento pelo coração para todo o corpo –; pela perda de líquido e aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos; e, principalmente, por hemorragias. É um quadro gravíssimo, que pode levar o paciente à morte.

Um dos autores da pesquisa, Khor Chiea Chuen, médico e cientista do Instituto Genoma de Cingapura, explicou ao EM que o gene MICB em seu estado normal age a partir das células exterminadoras naturais, para controlar a resposta do organismo à infecção causada pelo vírus. Se esse gene sofre alterações, pode afetar a ação de células do sistema imunológico. “Já o PLCE1 está ligado ao desenvolvimento e à multiplicação celular. Quando sofre mutação e o crescimento das células é afetado, o PLCE1 facilita a ocorrência da síndrome, devido à hemorragia que ocorre nos vasos sanguíneos (veja infografia)”, conta.

O cientista de Cingapura afirma que foi surpreendente observar a ligação entre a síndrome do choque da dengue e as células exterminadoras naturais, um fator sobre o qual havia pouco conhecimento. “Acreditávamos que os culpados pela suscetibilidade à doença seriam outros componentes do sistema imunológico, como os linfócitos T ou os linfócitos B”, admite. Ele acrescenta que essa descoberta é um passo significativo para ajudar a compreender por que algumas pessoas ficam mais vulneráveis a desenvolver a forma mais grave da dengue e outras não.

“De acordo com nossos dados, parece que é uma progressão em duas etapas para a doença”, relata. Segundo essa avaliação, a pessoa teria problemas em controlar o vírus devido à mutação no MICB, desenvolvendo a dengue. Como ela também estaria propensa a ter hemorragias, pela alteração no PLCE1, o problema de saúde se agravaria até tornar-se a síndrome do choque da dengue.

Busca incessante
Tauil vê o estudo como importante, mas que precisa ser validado por outras pesquisas na área. “A medicina não teria praticamente nada a fazer para modificar este suposto fator de risco genético”, lamenta. A infectologista Maria Aparecida Teixeira, por sua vez, acredita que pesquisas na área de infectologia “podem antecipar o comportamento de doenças em determinadas pessoas”, o que auxilia médicos e cientistas a desenvolverem medidas de prevenção ou mesmo curas por meio da terapia genética. “A terapia genética é uma promessa impactante em diversas áreas da medicina e da biologia, mas ainda inacessível para a maioria da população”, pondera.

“Driblar todas as agressões infecciosas é impossível e também indesejável, já que nosso repertório de resposta imunitária é montado a partir dos agentes que provocam as doenças. Caso contrário, seríamos indefesos e teríamos curta vida na terra”, avalia a infectologista. “Alguns indivíduos, no entanto, não podem ‘se dar ao luxo’ de entrar num embate com um vírus, por exemplo, devido a algumas características genéticas, herdadas ou não se seus pais. Essas características podem significar resposta imunitária exagerada ou insuficiente, levando a quadros igualmente desfavoráveis”, conta a médica.

Vacina

Sobre a pesquisa da vacina contra a dengue, a de estágio mais avançado e que combateria os quatro tipos de vírus da doença, Pedro Tauil é otimista: “Essa pode ser uma grande arma para reduzir a incidência da doença, pois a luta contra o mosquito, até o momento o único elo vulnerável da cadeia de transmissão, é muito difícil e pouco eficaz”. Maria Aparecida discorda da ineficácia do combate ao vetor da doença. “Mesmo levando em conta toda a importância dos avanços científicos acerca da dengue, nossa longa convivência com o vírus – 30 anos – já nos permite interferir no processo de transmissão com mais sabedoria e bom senso”, ressalta a infectologista. Segundo ela, deve-se combater primeiro o Aedes aegypti, e não o vírus.

Khor Chuen destaca que pretende usar as informações obtidas nesse estudo, em especial sobre o gene MICB, para elaborar um projeto de vacina contra a dengue. “No mínimo, vamos nos esforçar para compreender qual é, exatamente, o efeito dessas variações genéticas sobre como o corpo humano controla e mata o vírus da dengue no processo de infecção.”

Sintomas

Veja os principais sinais
da síndrome do choque
da dengue

» Queda da pressão arterial

» Queda acentuada do número de plaquetas no sangue
(identificada em exames)

» Sangramentos espontâneos, como da gengiva, ou provocados, identificados no teste chamado prova do laço. Esse teste, no qual se observa o surgimento de pontos de sangramento na pele do braço, é feito com o aparelho de medir a pressão arterial

» Aumento da viscosidade do sangue, que perde plasma
(medido em exames)

»  Pulsação rápida

»  Pele pegajosa e fria

» Redução do nível de consciência, que pode indicar choque circulatório – quando o coração e os vasos sanguíneos não conseguem irrigar todos os tecidos
do corpo.
Fonte: Maria Aparecida Teixeira, infectologista
Informações: Estado de Minas

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