Pesquisa da Federação Nacional dos Municípios revela que 88% dos prefeitos eleitos herdarão verdadeiras massas falidas. Não são apenas papagaios de fornecedores, dívidas exorbitantes com a Previdência, mas máquinas com excessos de pessoal, servidores em atraso e dívidas roladas até por 20 anos.
Praticamente metade dos municípios atrasa todos os compromissos mês a mês e 30% não cumprem a lei que obriga o pagamento do piso nacional dos professores, de R$ 1.451,00. O fosso é antigo e se aprofundou mais ainda com a brutal queda nos repasses dos recursos constitucionais.
Município do porte de Serra Talhada, com 80 mil habitantes, segundo PIB do Sertão pernambucano, recebeu ontem apenas R$ 119 mil da União como parte da segunda cota mensal do FPM. Não deu sequer para cobrir o duodécimo da Câmara de Vereadores, de R$ 390 mil.
A pequena Cumaru, no Agreste, viu entrar nas contas do tesouro municipal apenas R$ 60 mil, enquanto R$ 90 mil se destinariam, obrigatoriamente, à Câmara de Vereadores. As contas não vão bater nunca. E como ficam os municípios diante de igual tragédia? Inadministráveis.
A esta altura, prefeitos eleitos que fizeram promessas mirabolantes na campanha devem ter perdido o sono. Dificilmente obterão êxito, a não ser que cortem na própria carne, o que significa, na prática, em redução de pessoal.
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