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domingo, 18 de dezembro de 2016

SECA ATINGE A PRODUÇÃO AVÍCOLA DE PERNAMBUCO

A informação é da FOLHA PE -

Sempre que pensamos em seca, uma imagem vem a nossa cabeça: a do gado morto por falta de água e de comida. Como se não bastassem os impactos social e cultural dessa dura realidade, em Pernambuco, a maior estiagem das últimas décadas tem ultrapassado a atividade bovina e tem atingido também a avicultura. Para se ter ideia, somos o sexto maior produtor de ovos e de frango do País e, segundo os avicultores locais, se a seca insistir em permanecer por aqui, é possível que a participação no mercado nacional seja colocada em xeque e que demissões aconteçam.

Atualmente, são gerados 150 mil postos de trabalho para produzir 210 milhões de ovos e 13 milhões de frangos, por mês. Do total produzido, 2% são destinados ao comércio exterior e o restante abastece as regiões do País, sobretudo o Nordeste.

Presidente da Associação Avícola em Pernambuco (Avipe), Edival Veras explica que o maior problema está no Agreste, que concentra metade da produção do Estado. “A outra fica na Zona da Mata. No entanto, a produção mais expressiva está em municípios como São Bento do Una, Garanhuns, Belo Jardim, Pesqueira, Lajedo, Canhotinho e Bezerros, onde a seca de quase seis anos consecutivos atinge gravemente”, afirma, destacando que São Bento do Una, que possui uma das granjas mais importantes do Brasil, está no epicentro da crise hídrica.

É lá que acontece, todos os anos, a Corrida das Galinhas, tradicional festa do setor. Por ano, a atividade injeta R$ 2,8 bilhões na economia do Estado.
Até agora, de acordo com Veras, não houve demissão forte no segmento. Boa parte dos produtores locais está absorvendo custos para evitar impacto econômico na cadeia. 

“Pelo menos por enquanto, não sabemos até quando podemos aguentar. O produtor do Agreste é quase um super-herói para se manter”, lamenta o presidente. As aves não podem ficar sem água por um instante sequer e o reservatório mais próximo fica a 40 quilômetros de distância da localidade. “Como atenuante, existe um entendimento junto ao Governo do Estado para construirmos uma adutora da Barragem de Pau Ferro, que hoje está preenchida em sua totalidade, para São Bento do Una”, diz.
Em setembro passado, relembra o secretário de Desenvolvimento Econômico (SDEC), Thiago Norões, foi publicada no Diário Oficial do Estado, o extrato do contrato para execução da implantação da Barragem de São Bento do Una.

A obra seria executada pela Construtora Getel, mas, por problemas internos, ela deixou as obras. Agora, a Ápia Engenharia, a segunda colocada na licitação, será convocada para erguer a obra de R$ 54 milhões, conveniada com a União por meio do Ministério da Integração. A conclusão permanece prevista para 2018, entretanto, a entrega oficial deve sofrer atrasos.

Avicultor e dono da Granja que leva seu sobrenome, Fernando Vilela conta que a situação chega a ser vexatória. “Estamos em 2016 e faz cinco anos que não chove na região. Não há água para abastecer os mananciais”, lamenta. Sua propriedade, que fica em São Bento do Una, emprega 42 pessoas e, até agora, não precisou demitir. 

“A estratégia é manter o que temos, ou seja, um plantel com 100 mil aves. Porém, estou gastando mais e diminuindo as margens de lucro. Ou seja, nem crescemos e nem geramos empregos”, justifica. “O gasto para ter a água chega a ser de R$ 17 mil por mês, correspondente a quase 10% da nossa planilha de custos”, calcula.

A situação do também avicultor Josimário Florêncio é mais delicada. “Para sobreviver, reduzimos em 30% a nossa capacidade produtiva e elevamos os custos em 10%, sem poder repassar ao consumidor. Além disso, demitimos 20% do pessoal do total de 150 empregos. Eu coloquei um limite: se até março de 2017 não chover como o esperado, vou reduzir 50% do volume total da produção”, revela.

Imagem: Reprodução da internet

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