A Câmara dos Vereadores de Belo Jardim, cidade localizada a 187 quilômetros do Recife, aprovou, pela segunda vez, a lei que permite a contratação de parentes do prefeito e dos vereadores para cargos de confiança no primeiro escalão da gestão municipal. Seis jovens tentaram ser a voz da resistência, mas os cartazes com frases de indignação não foram capazes de frear a decisão. O projeto foi aprovado por sete votos a quatro, mesmo placar da primeira votação, que ocorreu na última terça (17).
O projeto de lei, de autoria do prefeito João Mendonça (PSD), altera a lei municipal de 2009, que proíbe a contratação de familiares para qualquer cargo dentro da gestão municipal. Além dos três vereadores da bancada oposicionista, o governista Gilvandro Estrela (PV) votou contra a proposta por ser autor da lei anterior.
Em sua fala, o vereador Rafael Lopes (PT), da base oposicionista, votou contra a medida e afirmou que não estava ali para "legislar para o prefeito". "Nós, da oposição, não dissemos que o projeto é ilegal, mas ele é imoral", acrescentou o vereador Tenente (PTB).
Já Euno Filho (DEM), da bancada governista, afirmou que não viu ilegalidade no texto. "Qualquer um que fosse prefeito ou vereador iria dar cargos aos seus familiares", defendeu o representante do povo.
A decisão do polêmico projeto marcou a última sessão do ano na Câmara dos Vereadores.
Na cidade, a primeira-dama, Isabele Mendonça, ocupa a Secretaria de Ação Social; Ana Jatobá, cunhada do prefeito, comanda a Secretaria de Saúde; André Rocha, cunhado de João Mendonça, é o atual secretário de Produção e Desenvolvimento Rural; a avó do vereador Jair Fernando, Elizabete Gomes, ocupa a Secretaria Especial da Mulher; o presidente da Autárquia Educacional, José Wilson, é casado com a vereadora Patrícia Maria; já a diretora do Fundo de Previdência Municipal, Sílvia Renata, é filha da vereadora Maria da Paz.
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