A presença de agrotóxicos não permitidos ou acima do nível aceitável nos alimentos é um problema grave que pode, a longo prazo, desencadear doenças neurológicas e vários tipos de câncer nos indivíduos que consomem itens contaminados. Em levantamento feito em todo o Brasil entre 2011 e 2012, o mais recente divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o pimentão aparece como o ingrediente com o maior índice de veneno, seguido pela cenoura, o morango, o pepino e o alface. Com tanta comida afetada, é possível manter a alimentação rica em verduras e legumes sem estar sujeito aos prejuízos provocados pelos produtos químicos usados na agricultura de larga escala?
Pimentão encabeça a lista |
Conhecer quem faz o plantio da sua comida é o caminho mais fácil para se proteger, aconselha a profissional. “Empresas sérias buscam certificações e, para isso, compram de locais referenciados, que trabalham dentro das especificações do Ministério da Agricultura”, comenta. Outra boa alternativa são os produtos orgânicos, oriundos da produção familiar de pequenos agricultores. Quem não tiver disponibilidade de visitar as feirinhas orgânicas, pode ficar atento aos alimentos do supermercado e tomar algumas medidas preventivas, de acordo com Doris.
“Não dá para identificar no olho se um produto está contaminado, no máximo observar um esbranquiçado na casca. Então é fundamental fazer uma lavagem cuidadosa”, orienta. Uma dica é voltar das compras e guardar os itens em saquinhos na geladeira por duas horas. Em temperatura ambiente, o contato com a água facilita a absorção do veneno. Depois, coloque-os 15 minutos em uma solução contendo um litro de água para uma colher de cloro. Também é bom desprezar as folhas externas de alface e outros folhosos, pois é onde se concentram em maior quantidade os agrotóxicos. Frutas e verduras com fissuras devem ser evitadas, assim como alimentos com dobrinhas, difíceis de ser higienizados.
LISTA - Pepino, abacaxi, cenoura, laranja e uva também obtiveram análises insatisfatórias na pesquisa da Anvisa. Os alimentos foram coletados em 26 estados e no Distrito Federal. Em 2011, 36% das amostras estavam irregulares. Em 2012, esse número chegou a 29% dos ingredientes pesquisados.
SERVIÇO:
Doris Carvalho é nutricionista pós-graduada em gestão de qualidade e vigilância sanitária e atua na área em multinacionais e no hospital Memorial São José (3216.2222).
Informa a FOLHA PE
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