RÁDIO NOVA XUCURU - AO VIVO

VOCÊ FAZ O SUCESSO

VOCÊ FAZ O SUCESSO

BAIXE O APLICATIVO RADIOSNET E OUÇA A NOVA XUCURU EM TODO LUGAR; CLIQUE NA FOTO ABAIXO E SAIBA MAIS

sábado, 18 de abril de 2015

FRAUDE EM CONCURSO ACENDE LUZ VERMELHA PARA CONCURSEIROS

Com informações do JC ONLINE -

A recente descoberta de um esquema fraudulento em um concurso de Ipojuca, no Litoral Sul, acendeu o sinal de alerta. Apesar de todo o rigor que envolve a realização de uma seleção pública, os certames não estão imunes a fraudes. Por isso, olho aberto.

Para garantir a transparência e seriedade do concurso, que envolve sonhos e esforços de muitos, os próprios concurseiros precisam atuar também como fiscais. As bancas organizadoras, empresas responsáveis pela elaboração, divulgação e organização dos certames, devem seguir certos procedimentos, a serem observados pelos candidatos.

“No dia da prova, o candidato deve observar todo o movimento e se há algo estranho, como um calhamaço de provas aberto ou alguém com ponto eletrônico ou utilizando algum outro aparelho. Caso ele verifique alguma irregularidade, deve encaminhar denúncia ao Ministério Público”, orienta o professor Heber Vieira. Segundo ele, outro fator a ser observado é o valor das inscrições.

Os candidatos devem suspeitar de organizadoras que cobrem valores muito abaixo dos normalmente praticados, já que isso pode ser indício de diversos tipos de irregularidades. “As bancas de abrangência nacional geralmente são as melhores e mais confiáveis”, diz. “Cobram mais caro, realmente, mas os concursos são executados da forma correta. Em contrapartida, quando a banca for local, o concurseiro deve ficar com o olho bem aberto”, acrescenta.

Os candidatos devem suspeitar de organizadoras que cobrem valores muito abaixo dos normalmente praticados, já que isso pode ser indício de diversos tipos de irregularidades.

Assim como as fraudes, outro problema que tem preocupado os concurseiros são as questões mal elaboradas, com mais de uma ou nenhuma resposta correta. Analisar a reputação e as características de cada banca são o melhor caminho para evitar dor de cabeça.

É frustrante e desestimulante para qualquer candidato quando um certame é cancelado ou são constatadas irregularidades. O concurseiro deve ler as especificações do edital para ter uma noção sobre como todo o processo será conduzido.

Quando o concurso é coordenado por algumas bancas já consolidadas, o candidato pode se preparar com tranquilidade, mas infelizmente, em alguns certames que utilizam bancas desconhecidas e pequenas, a vigilância deve ocorrer sempre”, afirma o vice-diretor pedagógico do preparatório Nuce, Cícero Roseno.

Segundo a Fundação Cesgranrio, que já foi a responsável pela execução de concursos como o do Bacen, Casa da Moeda do Brasil e Banco do Brasil, todos os profissionais envolvidos na organização dos concursos são treinados e capacitados para o porte dessas seleções.

"No dia da prova, o candidato deve observar todo o movimento e se há algo estranho, como um calhamaço de provas aberto ou alguém com ponto eletrônico ou utilizando algum outro aparelho. Caso o candidato perceba alguma irregularidade deve encaminhar denúncia"

A organizadora ressalta, ainda, que periodicamente, são realizadas reuniões de alinhamento e treinamento para assegurar a excelência do trabalho, sendo essa capacitação a maior arma da empresa contra fraudes, além de outras ferramentas tecnológicas que podem ser usadas de acordo com a ocasião.

Já a Fundação Getúlio Vargas (FGV), banca de concursos como os de Procuradorias e Tribunais de Justiça Estaduais, afirma que uma das principais medidas que adota na execução dos certames é o rigor na elaboração das provas. A FGV informou que não trabalha com banco de questões, o impede qualquer tipo de acesso prévio ao conteúdo aplicado. Segundo a Coordenadora Acadêmica do Núcleo de Concursos da FGV, Inês Giordani, há um rigoroso acompanhamento no processo de elaboração das questões.

“O que é aplicado é o centro nervoso do processo, gerando, em termos empresariais, um controle de qualidade que se tem mostrado muito eficiente. Além disso, prezamos por uma produção gráfica de qualidade e pela contratação de fiscais e seu treinamento, transporte e armazenamento seguro e correção e acompanhamento dos recursos”, enumera.

Polícia desarticula quadrilha
Foram cumpridos, ontem, 11 mandados de prisão e 12 de busca e apreensão domiciliar como parte das ações da Operação Mercador, que desarticulou uma quadrilha responsável por fraudes em concursos públicos no município de Ipojuca.

O certame fraudado pelo grupo foi o da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte do Ipojuca (AMTTRANS), realizado em 2014 pela Comissão de Concursos da Universidade de Pernambuco (Conupe). Dos 19 candidatos aprovados, a maioria tinha dificuldades para leitura e três foram considerados analfabetos funcionais.

A averiguação teve início há cerca de dois meses, suscitada pelo fato de que todos os aprovados obtiveram a mesma nota, e erraram a mesma questão, assinalando a mesma alternativa incorreta. Durante a investigação, realizada por 132 policiais da Delegacia de Crimes Contra Administração e Serviços Públicos (DECASP), vinculada à Diretoria Integrada Especializada, foi constatado que havia um braço intelectual/tecnológico e um armado na quadrilha. Na operação, foram apreendidos R$ 12.900 em espécie, três pontos eletrônicos, cinco armas de fogo, 18 celulares, um veículo, diversas provas e munições.

Durante a apreensão, foi encontrada uma prova original do concurso. Um dos membros da quadrilha obteve uma cópia da prova do certame em questão duas semanas antes da aplicação dela, através de um dos funcionários responsáveis por reproduzir as cópias. Outro membro da organização, parte do braço armado do grupo, realizava as cobranças do gabarito de forma violenta, fazendo uso de ameaças de morte.
Segundo a Polícia, 10 pessoas foram presas e apenas Jefferson Faustino da Silva, responsável pela venda de gabaritos, pontos eletrônicos e aliciamento de clientes para o esquema, está foragido.

Ponto eletrônico era usado para passar respostas
Para fraudar o concurso da prefeitura de Ipojuca, a organização criminosa utilizou pontos eletrônicos e teve acesso prévio a cópias das provas aplicadas.
“A quadrilha agia da seguinte forma: alguns dos membros se inscreviam no concurso que seria fraudado e faziam a prova, cada um responsável por uma disciplina. Ao final, eles terminavam e saíam antes do horário final, se reuniam, montavam o gabarito global da prova e, depois disso, repassavam para os beneficiários da fraude. Do que foi apurado, verificou-se que a maioria tem dificuldade de leitura e redação, e que provavelmente não conseguiriam a aprovação”, esclareceu a delegada da Decasp, Patrícia Domingos.

Segundo a delegada, a participação do grupo em outros esquemas fraudulentos ainda está sendo investigada. Após empossados nos cargos, os aprovados eram obrigados a fazer empréstimos consignados no valor de R$ 18 mil para pagar aos fraudadores, além de pagar o valor de R$ 2 mil antes da realização do certame, o que, segundo a Polícia, garantia o gabarito e a aprovação na segunda etapa da seleção. Já o caderno de provas, foi vendido por R$ 5 mil.

Dos 11 integrantes da quadrilha, nove eram funcionários públicos. Um deles era graduado em sociologia e outro, estudante de direito. Os componentes do braço armado da quadrilha, que ameaçavam e cobravam os candidatos com ameaças de morte, participavam do Curso de Formação apenas com esse intuito.

Em nota, a Prefeitura de Ipojuca informou que o concurso investigado pela Operação Mercador foi suspenso, através do ofício n° 018/2015, de 13 de janeiro de 2015.

Comente com o Facebook:

0 comentários:

Postar um comentário

Share

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More