A cidade de Bom Conselho, no Agreste pernambucano, assumirá a dianteira no Programa Mais Médicos. As profissionais cubanas Nancy Acosta Alonso e Nancy Pena Lopez receberam nessa terça-feira os registros emitidos pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e iniciam o atendimento nesta quinta-feira, segundo a prefeitura do município. O dia será de preparativos e marcações de consultas para a estreia das estrangeiras. O valor referente à anuidade do CRM, uma das condições para validar o registro, foi pago pelas médicas.
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| Foto: Divulgação |
Além de Bom Conselho, oito municípios devem contar, a partir da próxima semana, com o reforço dos outros nove médicos estrangeiros do programa federal. O Ministério da Saúde teve novo entendimento e afirmou, ontem, que os registros emitidos pelo Cremepe eram válidos e que os profissionais poderão atuar.
O início das atividades dependerá do cronograma de cada cidade. Os profissionais registrados vão para as cidades de Afogados da Ingazeira, Ibimirim e Quixaba, no Sertão; Brejo da Madre de Deus, Lagoa do Ouro, Machados e Passira, no Agreste; Condado, na Zona da Mata. As bolsas, no valor de R$ 10 mil, começarão a ser pagas em outubro.
Os outros 32 registros serão liberados até a próxima quarta-feira. As emissões obedecem ao prazo de 15 dias úteis dado ao Cremepe pelo ministério. A primeira solicitação foi feita no dia 6 deste mês, a segunda e a terceira, nos dias 10 e 11.
Segundo a secretária de saúde de Bom Conselho, Elaine Cristine das Neves, as profissionais chegaram ao município no último sábado e estão conhecendo a cidade e o sistema de saúde. “Estamos fazendo reuniões e apresentando as profissionais às equipes e ao ritmo de trabalho. Não vamos jogá-las em um local sem mostrar a visão da comunidade ou apresentá-las à população”, explica. Hoje elas visitarão as comunidades.
No município de Afogados da Ingazeira, no Sertão, o trabalho só começará no início de outubro. A equipe de saúde reservou as duas primeiras semanas para que as médicas passem por um processo de adaptação e observem o planejamento da cidade. Além de reuniões para conhecerem o mapa epidemiológico do município, as estratégias e o funcionamento da secretaria. As profissionais serão encaminhadas para os Postos de São Francisco e Borges. A cidade sertaneja assinou o termo de adesão para outros quatro médicos, que suprirão as carências da área rural. “Eles percorrerão sítios e visitarão as comunidades onde não há equipes de saúde”, explica o secretário de saúde, Gildázio Moura.
“Estamos construindo um cronograma para situá-las sobre a realidade do município, pois, apesar da vasta experiência, é preciso uma adaptação, até para que tenhamos delas um serviço de qualidade”, pontua. A chegada das profissionais também aconteceu no último sábado.
Em Brejo da Madre de Deus, no Agreste, o casal de médicos cubanos já conheceu o sistema de saúde do municípios. Eles irão atuar nos Postos de Saúde do distrito de São Domingos, há 40 quilômetros do Centro. A secretária de saúde da cidade, Lúcia Santos, afirmou que se os registros chegarem até sexta-feira, o atendimento será iniciado na próxima segunda-feira. “Assumimos o município há 45 dias e temos dez PSFs e apenas dois médicos. Assinamos o termo de adesão pedindo oito médicos”, explica. “Estávamos ansiosos pela chegada deles, porque a população cobra do prefeito a presença do médico, mas ele não podia contratar por questões financeiras. Então, se não fosse o programa, continuaríamos sem ninguém nos PSFs”, diz.
Em Condado, na Zona da Mata, as médicas também devem iniciar as atividades na próxima semana. De acordo com a secretária de Saúde da cidade, Gianne Rodrigues, a chegada das duas profissionais completará o quadro médico da região.
BAIXAS
A Prefeitura de Lagoa do Ouro, a 263 quilômetros do Recife, afirmou que vai arcar com o pagamento do CRM das médicas cubanas. O valor gira em torno de R$ 500. No início do ano, o município tinha quatro médicos, para cinco postos. Mas, após o lançamento do programa federal, três profissionais se desligaram da cidade para ingressar no Mais Médicos. “Elas foram recebidas com grande satisfação pela população. Os moradores pediam por profissionais que ouvissem os problemas e não apenas receitassem remédios”, explica a secretária de Saúde, Nilva Maria Mendes de Sá, há 20 anos na pasta.
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