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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

BOLSA FAMÍLIA; AUXÍLIO PARA OS PAIS, SAÚDE PARA OS FILHOS

Quem viaja pelas cidades mais pobres do interior do Brasil vê, nas ruas, uma imagem diferente do que se podia notar dez anos atrás. Ainda existe muita pobreza, sim, mas não se veem tantas crianças desnutridas pelas ruas como antes da criação do programa Bolsa Família. A redução da pobreza e o aumento da renda média do cidadão não são os únicos índices que o Bolsa Família ajudou a mudar. 

Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem
Dentro do universo da saúde, o programa foi um dos responsáveis para que o Brasil obtivesse índices como uma redução em 19,4% da mortalidade infantil e uma cobertura de vacinação de 82%. Esses números ajudaram o País a se aproximar dos Objetivos do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU).

O médico Manoel de Barros Primo, de Inajá, no Sertão do Moxotó, a 396 quilômetros do Recife, afirma que a mudança na saúde da população mais pobre é perceptível: “Além de terem dinheiro para se alimentar melhor, as famílias ainda podem comprar remédios que faltam nos postos de saúde”. É o que acontece com o casal Fernando Seixas Ferreira, 64 anos, e Maria Quitéria, 57, moradores de Caetés, no Agreste, a 252 quilômetros do Recife. “Eu ganho uma aposentadoria como trabalhadora rural, então meu Bolsa Família vai todo para a compra de medicamentos controlados para meu marido e meu filho”, explica Quitéria. Ambos necessitam de medicação contra epilepsia. 

Mas essas benesses chegam aos cadastrados às vezes sem que eles percebam – principalmente no caso das crianças. É que, para não perder o Bolsa Família, os filhos dos beneficiários devem, entre outros requisitos, estar com a vacinação em dia e ser pesados regularmente pelos agentes de saúde. “Muitas vezes eu vou lá até o hospital pesar meus filhos mais novos para levar os dados até a casa do agente de saúde, já que ele não vai na minha”, revela a dona de casa Maria Alves Macedo, 33, também de Caetés, mãe de quatro crianças. “O certo seria eles irem de casa em casa, mas como esse trabalho não está sendo feito, eu mesma levo meus filhos para ficarem regularizados”, completa. 

A dona de casa sente a diferença na saúde dos filhos. Para Maria, os dois mais novos, de 5 e 7 anos, têm um acompanhamento melhor do que tiveram os mais velhos, de 10 e 12 anos. “Percebo que os dois últimos realmente são mais saudáveis e mais espertos que os mais velhos quando tinham a idade deles e não recebíamos o Bolsa Família”, conta Maria.

Enfermeira num Posto de Saúde da Família na zona rural de Manari (a 400 quilômetros do Recife), no Sertão, Gisele Galindo conta que as condições exigidas para se manter no Bolsa Família têm ajudado o município a alcançar muitos dos indicadores do Ministério da Saúde. “Em muitos dos casos, a maior preocupação dos pacientes é realmente não perder o benefício. Mas acaba que, por conta das exigências do programa, eles terminam tendo um acompanhamento muito mais próximo do que quem não faz parte do programa”, explica a enfermeira. Gisele avalia que, se outras condicionalidades associadas à saúde pudessem ser acrescentadas ao Bolsa Família, mais índices poderiam ter resultados positivos. “Um exemplo é o exame citológico (ou Papanicolaou), que é oferecido de forma gratuita pela rede pública, mas não é tão procurado.”

O acompanhamento de pré-natal e amamentação, por outro lado, estão entre os atendimentos mais demandados nos postos de saúde dos municípios que possuem um grande número de beneficiários do Bolsa Família. “Nesses casos, existe um benefício extra para as mulheres que fazem esse acompanhamento. Para algumas mulheres, basta a menstruação atrasar que elas já estão aqui marcando exame”, conta Gisele. 

O Benefício Variável à Gestante e o Benefício Variável à Nutriz (destinado às famílias que têm crianças com até seis meses) acabaram se tornando uma fonte de renda alternativa para os cadastrados no programa. “Só pude comprar uma geladeira, usada, para a nossa casa por causa do dinheiro que recebi durante a gravidez da minha filha mais nova”, lembra a dona de casa Maria Auxiliadora de Souza, 31, que mora vizinha ao posto de saúde onde Gisele trabalha. 

Ela e o marido, Elisvaldo Bezerra, 36, levam as quatro filhas para serem pesadas, medidas e terem suas vacinas acompanhadas rigorosamente em dia. “Não podemos perder o Bolsa Família. Ele mal dá para cobrir os nossos gastos do mês, mas sem isso, ficaríamos sem renda alguma”, conta Elisvaldo, que por causa da seca não encontra trabalho nas propriedades rurais da região. A energia elétrica na casa foi cortada por falta de pagamento. “Meu medo é que algum inseto pique as crianças e elas adoeçam, fora o risco de um incêndio por causa das velas”, afirma Auxiliadora.

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