A Secretaria Estadual de Saúde (SES) apresentou, na manhã nesta quarta-feira (28), o primeiro perfil epidemiológico da população pernambucana baseado no quesito raça/cor. O estudo faz um recorte inédito e traz informações sobre nascidos vivos, morbidade e mortalidade no Estado segundo um recorte étnico racial.
O documento foi discutido no I Encontro Estadual sobre Saúde da População Negra, na sede da SES, no bairro do Bongi. Um dos destaques do levantamento é o indicativo Internações Hospitalares na Rede SUS-PE, que constata que 74% dos usuários são da raça negra, enquanto a cor branca representa 24,6%.
Segundo dados do Censo IBGE/2010, a população negra do Estado, formada por pretos e pardos, representa 62% da população total de Pernambuco. Os dados são referentes aos anos de 2008 a 2010. Em números absolutos, foram 442 mil internamentos, contra 146 mil, respectivamente. O estudo revela que na raça negra as três principais causas de óbito são por doenças do aparelho circulatório, causas externas (acidentes, homicídios e suicídios) e neoplasias.
O I Encontro Estadual sobre Saúde da População Negra realizou uma abordagem sobre os temas racismo, preconceito, intolerância e discriminação, que favorecem às desigualdades sociais, além de introduzir no âmbito do SUS a reflexão e o debate sobre as questões raciais através da exclusão e ou dificuldades de acesso aos serviços.
Dados - Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado no documento Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, em 2003, o SUS foi responsável por 63,5% dos atendimentos e 69,3% das internações ocorridas no país. Quando se desagregam os dados por cor/raça, percebe-se uma diferença significativa entre a população branca e negra: para os brancos, 54% dos atendimentos e 59% das internações foram cobertos pelo SUS; e para os negros as proporções foram de 76% e 81,3%, respectivamente.
Da FOLHA PE
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