Programas sociais de emergência, como Bolsa Estiagem, Garantia Safra e Chapéu de Palha têm constituído uma espécie de tábua de salvação para os sertanejos que sofrem com a maior estiagem dos últimos 50 anos.
Segundo dados de um relatório do Governo do Estado, enviado ao blog pelo secretário de Agricultura Ranilson Ramos, o Bolsa Estiagem beneficia 86.792 famílias, enquanto o Garantia Safra assiste 102 mil, ambos do Governo Federal. No âmbito estadual, o Chapéu de Palha (reedição do programa histórico de Miguel Arraes, avô de Eduardo), mais abrangente, cobre 182 mil famílias.
Para quem tem fome e sede, pequenos valores (a parcela do Chapéu de Palha, por exemplo, é de R$ 70) podem ser de grande ajuda. Desde que cheguem às mãos da população. Não é o caso em São José do Egito, como registrou a pena afiada do blogueiro ontem. No município do Sertão do Pajeú, credenciados relataram mais de dez horas de espera, muitos embaixo do sol inclemente, para receber parcelas do Bolsa Estiagem e do até do Bolsa Família - que não vieram.
Até o fechamento da reportagem, ontem, a Caixa e o Banco do Brasil, responsáveis pelos pagamentos, não se pronunciaram. As informações, extraoficiais, eram de que simplesmente não havia dinheiro suficiente em caixa. Pouco antes, o blogueiro teve notícia de que alguns locais chegaram a trocar tapas na fila para abastecer baldes.
Pelo menos ontem, a tábua de salvação dos sertanejos virou um golpe de misericórdia. Sem água, sem comida e sem Bolsa Família, os egipcienses não podem esperar que o dinheiro caia do céu. Afinal, naquela terra, nenhum pingo cai mais.
De fato, dinheiro não cai do céu. O problema é que, do céu do sertão, nem água cai mais.
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