Com informações do Blog de Inaldo Sampaio -
Uma declaração de Jarbas Vasconcelos em favor da renúncia de Dilma Rousseff para que o vice Michel Temer constitua um governo de união nacional é mais um sinal de que a oposição não tem uma estratégia única para o “pós Dilma”. Jarbas e Temer se encontraram na última quarta-feira e devem ter combinado esse discurso.
A defesa da renúncia foi encampada ontem pelo ex-presidente FHC, que tem oscilado muito em suas posições em relação ao governo Dilma. Ele declarou recentemente a uma revista alemã que Dilma é uma mulher “honrada”, sem qualquer envolvimento com o escândalo da Petrobras. Mas após os protestos do último domingo mudou de opinião. Considera o governo moralmente indefensável e sugere à presidente que renuncie para o bem de todos e felicidade geral da nação. Resta agora saber se Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin, que formam o restante do quarteto do PSDB, vão encampar esse discurso.
Análise pé no chão
O senador Humberto Costa (PT) analisou com objetividade os protestos contra Dilma, Lula e o PT realizados no último domingo em todas as capitais do país, além do Distrito Federal. Ele disse que apesar de as manifestações terem reunido menos gente que as que foram realizadas no mês de abril, isso não significa “menos insatisfação” com o governo petista. O senador acha que Dilma tem amplas condições de sustentar-se, mas precisa urgentemente recompor o governo.
Vice – Pesquisa do Datafolha constatou que 85% dos manifestantes que protestaram na Avenida Paulista (SP) contra Dilma defendem a renúncia dela, ante 82% que advogam o impeachment. O que essas pessoas certamente não sabem é que, em qualquer das duas hipóteses, assumirá o vice Michel Temer, deixando o PMDB com o Planalto e as presidências da Câmara e do Senado.
Ricos – O ex-deputado Maurílio Ferreira Lima (PMDB) afirma que o protesto de domingo foi “nitidamente da classe média” porque não viu negros e nem desdentados nas manifestações.
Muro – Somente no domingo de manhã é que Aécio Neves desceu do “muro” em relação aos protestos contra Dilma. Esteve indeciso até o sábado, no domingo foi ao ato de Belo Horizonte.
Olho – José Serra (PSDB-SP) observou que o protesto foi “apartidário” porque não teve partido nem sindicato por trás, o que é verdade. Mas, para ter consequência, precisa “partidarizar-se”.
Livre – Mendonça Filho, presidente estadual do DEM, não criará qualquer embaraço para a deputada Priscila Krause, caso ela quiser mesmo ser candidata à prefeitura do Recife em 2016. Ficará numa situação desconfortável, porque indicou uma pessoa para a equipe do prefeito Geraldo Júlio (PSB). Mas problema, mesmo, não criará.
Cachê – Mesmo sem mandato, o ex-deputado Fernando Ferro continua defendendo, ardorosamente, os governos petistas. Ele estranha o fato de “antipetistas” criticarem o ex-presidente Lula por ter, segundo a revista “Veja”, faturado R$ 27 milhões com palestras entre 2011 e 2014. E silenciarem sobre FHC, que também faz palestras remuneradas.
Reforço – Sob a presidência do deputado Antônio Moraes, o PSDB fez um encontro sábado em Garanhuns e decidiu lançar candidato próprio à sucessão do prefeito Izaías Régis (PTB). O indicado será a advogada Claudomira Andrade, que disputou vaga na Câmara Federal pelo PRTB (2014) e ficou na 2ª colocação no município: 6.426 votos. Só foi suplantada pelo deputado Jorge Côrte Real (PTB), que teve o apoio do prefeito.
Foco – Do prefeito de Jaboatão, Elias Gomes (PSDB), sobre os protestos do último domingo: “Diferentemente dos anteriores, cujas bandeiras eram difusas, esse agora teve o foco totalmente concentrado contra o governo e o PT, e isso faz a diferença. A sociedade está mais focada que a oposição, que não tem um projeto claro para o pós PT. Particularmente, defendo uma transição, via parlamentarismo, preservando Dilma e tirando o PT do poder”.
Foto: Reprodução
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