As 628 mortes provocadas por acidentes envolvendo motocicletas em Pernambuco, em 2010, e as constantes tragédias vistas nas estradas do Estado obrigaram o Governo a tomar medidas enérgicas para parar essa epidemia. Ontem, parlamentares, especialistas em trânsito e médicos que atuam no atendimento dos pacientes motoqueiros discutiram, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), soluções que sirvam para salvar a vida de quem anda sobre duas rodas. Para o coordenador do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto, João Veiga, os pilares de sustentação dessa luta serão: educação e fiscalização.
Os três municípios que mais preocupam as autoridades são Recife, Caruaru e Petrolina. Juntos, eles somaram 45% de todos os acidentes registrados em Pernambuco no ano passado. “É uma situação grave. Se tivermos uma ação forte nessas três cidades teremos uma melhora nesse quadro de epidemia. Para atingir nossa meta, que é reduzir 7% ao ano o número de mortes de motociclistas, precisaremos fazer ações de educação nas escolas públicas e nas universidades. Também atuaremos com mais fiscalização”, explicou João Veiga. Após ajustes, essas medidas devem entrar em vigor.
De acordo com os dados do Comitê, em 2010, a frota de motos de Pernambuco girava em torno de 577 mil. Soma-se a essa quantidade as motonetas (53.885) e os outros ciclomotores (960). Com tanto veículos de duas rodas circulando pelo Estado, o Recife registrou, no ano passado, 189 mortes envolvendo os usuários desse transporte. Em Caruaru, o número de óbitos chegou a 64
e em Petrolina a 33. “Precisamos reconhecer esse problema, discuti-lo e encontrar uma forma de legislar sobre essa situação”, disse a deputada Isabel Cristina, presidente da Comissão de Saúde e Assistência Social da Alepe.
Se os motociclistas não se conscientizarem de que é preciso ter responsabilidade ao guiar suas máquinas, o número de acidentes com vítimas fatais tendem a aumentar. A projeção de João Veiga aponta que teremos 23% a mais de mortes na comparação entre 2010 e 2011. A chance desse aumento acontecer é real, já que a frota de motos em Pernambuco já está maior em comparação com o ano passado. Segundo o diretor de Fiscalização e Engenharia do Detran-PE, Sérgio Lins, de janeiro a julho de 2011, foram emplacadas 59.526 motocicletas. “Se continuarmos nesse ritmo, deveremos fechar o ano com cerca 110 mil”, disse. Em 1990, haviam 33 mil motos em Pernambuco.
Fonte: Folha de Pernambuco
Nos últimos dez anos, o número de mortes aumentou 1.000%.
Na cidade de São Paulo, as motos representam 10% da frota de veículos e 50% das mortes no transito incluídos os pedestres atropelados.
As motos somam 24% da frota brasileira, mas os acidentes de trânsito que envolvem esses veículos já representam 57% da quantidade de indenizações pagas pelo seguro obrigatório (DPVAT). A cobertura é válida para todos os cidadãos (sejam motoristas, passageiros ou pedestres) e independentemente da culpa no acidente de trânsito.
Em SP, acidente de moto lidera casos de lesão medular:
Motociclistas que ficaram paraplégicos, tetraplégicos ou mutilados em acidentes de trânsito lideram os atendimentos na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) em São Paulo. Pesquisa da entidade revela que, no ano passado, dos 55 pacientes que se acidentaram no trânsito, 43,6% estavam sobre duas rodas. A AACD atendeu 195 pessoas vítimas de lesão medular em 2008. A maioria, 77,4%, teve alguma lesão causada por acidente de trânsito, tiro ou queda.
Fonte:G1
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