Um fenômeno que só acontece de quatro em quatro anos e não é Copa do Mundo: é o dia 29 de fevereiro.
A agente administrativa Carlinda Chagas faz 68 anos nesta quarta-feira (29). É o que está na certidão de nascimento. Na imaginação dela, está completando 17 anos, uma vantagem por ter nascido num ano bissexto. “É que, contando de quatro em quatro anos, que são os dias do ano que tem 29 dias, aí dá 17. Se contar de quatro em quatro, só dá 17”, calcula.
A soma é fictícia, mas a explicação é verdadeira. O ano bissexto tem 366 dias, porque a Terra demora quase esse tempo para girar em torno do sol. A diferença anual é de quase seis horas. A cada quatro anos, as horas extras são compensadas com a inclusão de mais um dia no mês de fevereiro, que é o menor de todos.
A ideia já existia antes de Cristo, mas se consolidou no século 16 com o calendário adotado pelo Papa Gregório XIII. O calendário gregoriano ajuda a organizar o tempo e as práticas da agricultura. Também serve para definir as festas religiosas e os eventos astronômicos. Então, um ano bissexto não é apenas uma curiosidade.
A professora e física do Observatório Nacional Josina Nascimento explica que, sem ele, a atividade humana ficaria inviável. “Se não fizéssemos nenhuma correção, íamos ter uma defasagem nas estações. Ao longo de alguns anos, você já teria verão começando em novembro, depois mais alguns anos o verão começando em outubro. Então, a ideia do ano bissexto do dia 29 é fazer com que o ano civil se aproxime desse ano solar”, explica a física Josina Nascimento, do Observatório Nacional.
A professora desmente o mito de que o bissexto é um ano ruim. "Cientificamente não tem nada comprovado. É só uma arrumação", diz Josina Nascimento. Dona Carlinda concorda com ela. “As pessoas fazem chacota: 'Aniversário só de quatro em quatro anos, então a senhora tem sorte, ainda é novinha'. Eu é que sei”, comentou a agente administrativa.
Informações: G1
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