ADUTORA DO AGRESTE TERÁ EDITAL LANÇADO ATÉ O DIA 15 DE MARÇO
O edital para licitação da primeira etapa da Adutora do Agreste será publicado até o dia 15 de março. Essa foi a previsão anunciada hoje (23) pelo presidente da Compesa, Roberto Tavares, durante a audiência pública para apresentação do empreendimento realizada, esta manhã, na sede da empresa, na Avenida Cruz Cabugá. O evento é uma exigência da Lei 8666, que rege as licitações, cujo artigo 39 prevê que obras com investimento superior a R$ 150 milhões sejam precedidas de escuta da sociedade.
“Este foi o primeiro passo para tornar a Adutora do Agreste uma realidade”, afirmou o presidente Roberto Tavares, ao informar que a ata da audiência será o documento que dará início ao processo formal de contração do projeto, que vai construir 1.300 quilômetros de adutoras e produzir 4 mil litros de água por segundo para 68 municípios e 80 localidades do Agreste. A adutora beneficiará 2 milhões de pessoas na região do Agreste, que possui o pior balanço hídrico do Nordeste e do País.
Com investimentos previstos de R$ 2 bilhões, a Adutora do Agreste será o maior empreendimento hídrico da história da Compesa e um dos maiores sistemas integrados do mundo. A água a ser transportada pela Adutora do Agreste será proveniente do Ramal do Agreste, que é uma derivação do Eixo Leste do Projeto de Transposição do Rio São Francisco. “Pelo volume de investimentos e alcance social do projeto, a adutora será uma das mais importantes obras hídricas do País”, prevê Roberto Tavares.
Ainda durante a apresentação do projeto, que reuniu mais de 100 pessoas, entre prefeitos, políticos, empresários e representantes da sociedade, o presidente da Compesa lembrou que a Adutora do Agreste será um marco para a companhia e demonstra o compromisso assumido pelo governador Eduardo Campos de resolver a questão da falta de água em Pernambuco. “Um projeto dessa magnitude é um indicativo da força do governo para soerguer a Compesa, de devolver a companhia aos pernambucanos, para que ela seja forte e se transforme numa das maiores empresas do País”, frisou.
O edital que será publicado em março se refere à primeira etapa do projeto, que foi dividido em três lotes, e vai contemplar 12 municípios. O volume de investimentos dessa etapa é de R$ 821 milhões. A previsão é iniciar as obras no segundo semestre de 2012, com prazo de conclusão de dois anos a partir da assinatura da ordem de serviço.
O primeiro lote será o maior em termos de recursos. Vai custar R$ 537 milhões e vai beneficiar as cidades de Pesqueira, Sanharó e Belo Jardim. Nessa fase, serão construídos dois reservatórios, uma estação elevatória (sistema de bombeamento), 63 Km de adutoras e uma estação de tratamento de água.
O segundo lote contemplará os municípios de Arcoverde, Alagoinha, Venturosa, Pedra e Buíque, onde serão aplicados R$ 143 milhões e prevê a construção de 118 Km de adutora de água tratada e uma estação elevatória, além das derivações para os municípios supramencionados. O terceiro e último lote contemplará as cidades de Tupanatinga, Itaíba, Águas Belas e Iati, com investimento de R$ 141 milhões e a construção de 99, 1 Km de adutoras de água tratada e as derivações para as cidades de Tupanatinga, Itaíba, Águas Belas e Iati. Ainda nesta fase, serão licitados mais dois lotes: uma para automação do sistema e outro para implantação de todo o sistema elétrico.
A expectativa do secretário de Recursos Hídricos e Energéticos de Pernambuco, Almir Cirilo, é de que a Adutora do Agreste fique pronta no final de 2014, mesmo prazo estimado para conclusão do Ramal do Agreste, da transposição do Rio São Francisco. A grandiosidade e a importância da obra também foram referenciadas pelo secretário, que considerou o empreendimento uma marca do governo estadual na área de recursos hídricos.
No evento, Almir Cirilo fez uma retrospectiva da história da Adutora do Agreste. Lembrou que, em 2007, o então governador Miguel Arraes foi contra o projeto original porque não contemplava Pernambuco. “Ele entendia que o povo pernambucano também merecia receber água do Rio São Francisco e fez disso uma bandeira para mudar a concepção do projeto”, lembrou.
Ainda na audiência pública de hoje, a Compesa também apresentou as características da segunda etapa do projeto, que vai atender mais 12 municípios e cujo edital deverá ser lançado em maio deste ano. Nesta fase, serão beneficiadas as cidades de Tacaimbó, São Caetano, Caruaru, Bezerros, Gravatá, Brejo da Madre de Deus, São Bento do Una, Lajedo, Cachoeirinha, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, através da construção de 250 Km de adutora de água tratada. O custo estimado da segunda etapa é de R$ 524 milhões.
Além dessas duas etapas, a Adutora do Agreste terá, ainda, mais duas. Nestas duas, serão atendidas as cidades de Poção, Jupi, Jucati, Calçados, Garanhuns, Caetés, Capoeiras, Paranatama, Saloá, Canhotinho, Angelin, Palmerina, Brejão, Terezinha, Bom Conselho, Lagoa do Ouro, Correntes, Ibirajuba, Jurema, Panelas, Altinho, Agrestina, Barra de Guabiraba, Bonito, Camocim de São Felix, Cupira, Lagoa dos Gatos, Sairé, São Joaquim do Monte, Riacho das Almas, Cumaru, Salgadinho, Passira, Taquaritinga do Norte, Vertentes, Frei Miguelinho, Santa Maria do Cambucá, Surubim, Vertentes do Lério, Casinhas, Orobó, Bom Jardim, João Alfredo e Machados.
A Adutora do Agreste é uma parceria do governo de Pernambuco com o governo federal, por meio do Ministério de Integração Nacional.
PREFEITOS – Prefeitos de várias cidades do Agreste pernambucano compareceram à audiência. Para o prefeito de São Caetano, Jadiel Braga, os projetos que contemplaram o município, como a Adutora da Taquara e agora a Adutora do Agreste, são muito importantes para o desenvolvimento da região. “O projeto também se destaca por contemplar distritos que antes eram abastecidos apenas por carros-pipa”, destacou.
A prefeita de Bezerros, Bete Lima, afirmou que a Adutora do Agreste acabará com o sofrimento da falta de água no município. “Parabenizamos o governador Eduardo Campos pela audácia em realizar uma obra tão extensa e importante como a Adutora do Agreste”, disse. Já o prefeito de Águas Belas, Genivaldo Menezes, se mostrou muito satisfeito com a execução do projeto. “Acredito que outros prefeitos da região também estejam, pois essa obra gigante vai resolver o problema de racionamento que afeta o Agreste”.
Informações: PORTAL DA COMPESA
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