Com informações do Blog de Inaldo Sampaio -
Com atraso de alguns meses, os lideres de bancadas de oposição na Câmara Federal divulgaram uma nota no final de semana em defesa do afastamento do presidente Eduardo Cunha. O peemedebista tem a “ficha suja” desde o governo Collor de Mello, mas ainda assim recebeu os votos de 16 dos 25 pernambucanos. Uns votaram nele porque sabiam que ia ganhar e outros – como o peemedebista Jarbas Vasconcelos – para “evitar o PT” (Arlindo Chinaglia).
Logo após a vitória, os podres do presidente da Câmara começaram a vir à tona. Mas todos os líderes de oposição – à exceção de Chico Alencar (PSOL) – concederam-lhe o “benefício da dúvida” e invocaram em sua defesa o princípio constitucional da “presunção de inocência”. Agora, que a situação dele tornou-se insustentável, Mendonça Filho (DEM), Fernando Filho (PSB) e Bruno Araújo (PSDB) subscreveram a nota conjunta pedindo-lhe encarecidamente que deixe o cargo.
O dono da bola
Mesmo a caminho do isolamento, Eduardo Cunha ainda tem força na Câmara Federal. Como disse Augusto Coutinho (SD-PE) a esta Folha, o presidente tem poderes quase imperiais. É ele quem decide sozinho o que deve e o que não deve ser votado. Afora isso, indicou os presidentes das Comissões de Justiça e de Finanças – as duas mais importantes da Casa -, do Conselho de Ética e o corregedor. Tudo indica que ele vai cair e que será cassado, mas vai dar trabalho.
Cobiça – Ante a possibilidade de a Justiça recomendar intervenção em Gravatá, cresce o número de postulantes à cadeira do prefeito Bruno Martiniano (sem partido). Depois de o deputado Waldemar Borges (PSB) lançar-se candidato, agora foi a vez do vereador Fernando Rezende, que vai trocar o PSB pelo PR. Ele tem o apoio de 5 partidos e amanhã ganhará mais 2.
Palácio – Não avançou na Câmara de Olinda a proposta do vereador Arlindo Siqueira (PSL) de trocar o nome da sede da prefeitura (Palácio dos Governadores) por “Palácio Miguel Arraes”.
Baixa – A bancada federal do PCdoB, da qual faz parte a pernambucana Luciana Santos, perdeu dois deputados para a Rede: Ariel Machado (PR) e João Derly (RS). Agora só tem 8 membros.
Trocas – Lauro Jardim trocou a coluna “Radar” (revista Veja) pelo Globo e foi substituído por Vera Magalhães (“Painel” da Folha de SP), que por sua vez foi substituída por Natuza Nery.
Aliança – A prefeita Maria Sebastiana (PTB) traiu Armando Monteiro em 2014, mas continua fidelíssima ao deputado Jorge Côrte Real que também pertence ao PTB. Ela votou em Paulo Câmara (PSB) para o governo estadual. O parlamentar esteve lá no final de semana para participar da festa dos 80 anos de emancipação política do município.
Correção – O ex-prefeito de Cortês, Ernane Borba (PSDB), corrige informação desta coluna fornecida por seus próprios familiares. Vai, sim, disputar a prefeitura no próximo ano, e não sua mulher, Fátima Cisneiros, que é vereadora e concorrerá à reeleição. Ernane perdeu três eleições para prefeito e ganhou duas. Vai agora para o tri ou para o tetra.
Jabuti – Como os próprios políticos dizem, jabuti não sobe em árvore. Se por acaso for visto lá é porque alguém o colocou. É o que ocorre com Fernando Baiano, tido como “operador” do PMDB no esquema de propina da Petrobras. Ele teria dito em delação premiada que pagou despesas pessoais de Lulinha (filho de Lula) no valor de R$ 2 milhões. Até aí, tudo bem. Mas quem o indicou para a “operação?”. Michel Temer diz que nunca o viu.
General – Para produzir a matéria “O general da presidente” com o deputado Sílvio Costa (PSC), a repórter Maria Cristina Fernandes marcou dois jantares com o parlamentar, em Brasília, A conta foi paga por ela, repórter do jornal “Valor Econômico”, que não aceitou, sequer, que ele pegasse na carteira. Costa, vice-líder do governo na Câmara Federal, chamou a atenção do “Valor” pela forma destemida com que defende Dilma Rousseff.
Foto: Reprodução
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