Com informações do G1 PE -
Uma pesquisa nacional que pretende desenvolver uma vacina contra a dengue chega a Olinda nesta quarta-feira (16). Para que o estudo dê certo, é preciso coletar amostras de sangue de crianças e jovens de até 20 anos. Quem quiser colaborar, só precisa ir aos postos de saúde municipais. Em Pernambuco, a única outra cidade que participa do estudo é Garanhuns.
Ao todo, 20 postos estão coletando as amostras em Olinda. O objetivo é receber a colaboração de 1.022 jovens até o fim de outubro. Por isso, enfermeiros estão percorrendo as comunidades para convocar a população. “Não dói nada e é importante para desenvolvermos um método de se prevenir contra a dengue”, pede Joelma Souza, que esteve na unidade de saúde da família (USF) de Vila Rica nesta quarta.
Ela explica que o trabalho realizado em Olinda é chamado de inquérito sorológico e visa coletar sangue de voluntários com idade variada para identificar qual a faixa etária mais recomendada a receber a vacina que está sendo desenvolvida pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade Federal de São Paulo. “A melhor faixa etária para ser administrada uma vacina é de 1 a 20 anos. Mas cada imunização tem uma faixa mais específica. A de HPV, por exemplo, é aplicada de 10 a 14 anos”, diz.
Ela ainda fala que, além da faixa etária, não há restrições para os voluntários. Portanto, pode contribuir quem já teve ou não teve dengue. E quem não sabe se já contraiu a doença ainda pode confirmar as suspeitas com o exame. O biomédico Ageu de Albuquerque explica que a análise do sangue coletado também identifica se os voluntários já tiveram contato com a dengue, através busca dos anticorpos produzidos pelo organismo durante a doença.
“Os resultados serão repassados para a população e para os municípios. Então, se alguém teve dengue e não soube, poderá descobrir”, conta Albuquerque. Com esses dados, segundo Joelma, a Secretária de Saúde de Olinda ainda poderá atualizar os relatórios de incidência da doença e reforçar as campanhas de prevenção nos locais com mais pacientes identificados. Mas a enfermeira também lembra que, para evitar novos casos de dengue, a população também deve fazer sua parte, evitando o acúmulo de água parada.
Voluntários
Para contribuir, basta se dirigir a um dos postos selecionados pelo Ministério da Saúde em Olinda. Nas unidades de saúde, ainda é possível tirar as dúvidas sobre a pesquisa. Mas, antes da coleta de sangue, os voluntários precisam apresentar um documento de identificação e assinar um termo de consentimento cedido pelo laboratório de análises contratado pelo Governo Federal – no caso de menores de idade, os pais assinam a autorização.
A dona de casa Sandrielene Figueiredo foi uma das primeiras a assinar o documento nesta quarta em Olinda. Ela estava no posto de saúde de Vila Rica, ouviu a convocação de Joelma e decidiu levar o filho João Paulo, de 3 anos, para contribuir. Josiane Silva, 20, foi logo em seguida. “Saber que futuramente pode existir uma vacina contra a dengue é muito bom. Estamos vendo muitos casos e é bom se prevenir”, explica.
Todo o material coletado em Olinda será encaminhado diariamente ao laboratório indicado pelo Governo Federal, que fica em Belo Horizonte, Minas Gerais. Já os resultados dos exames serão enviados à Universidade Federal de São Paulo, que posteriormente vai discutir a criação da vacina com o Ministério da Saúde.
Em Pernambuco, a única outra cidade que participa do estudo é Garanhuns. Mas, em todo o Brasil, são 63 municípios. Eles foram escolhidos pelo governo porque relataram muitos casos notificados de dengue. Com baixa incidência da doença, apenas os estados de Sergipe e Rio Grande do Sul não têm cidades selecionadas.
Foto: Reprodução
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