ELEIÇÃO DIFERENTE DE TODAS

Com informações do Blog de Inaldo Sampaio -

No Brasil já é tradição não haver duas eleições seguidas com as mesmas regras. A cada dois anos o TSE baixa uma ou mais resoluções disciplinando as normas do pleito. Devido ao arremedo de reforma política que o Congresso aprovou em 2015, a diretora do Ibope, Márcia Cavallari, prevê “muitas surpresas e viradas de última hora última” nas eleições deste ano. Primeiro, porque a campanha eleitoral terá duração de apenas 45 dias. 

Isso tende a favorecer os candidatos mais conhecidos, desfavorecendo, por motivos óbvios, aqueles que vão começar do zero. Segundo, porque o horário político do rádio e da TV terá duração de 35 dias, 10 a menos que no pleito anterior. Terceiro, haverá mais tempo para as inserções do que na campanha de 2014, o que pode tornar mais cara as campanhas eleitorais. Por último, pessoas jurídicas não podem fazer mais doações para candidatos, o que tornará essas eleições uma caixa de surpresa.

Avaliação dos prefeitos

Na média, segundo o Ibope, a avaliação dos 5.570 prefeitos brasileiros é mais negativa do que positiva. Cerca de 40% dos eleitores entrevistados pelo instituto responderam que o prefeito de sua cidade é ruim/péssimo, 30% que é regular e 28% que é ótimo/bom. O Ibope constatou também que os candidatos mais conhecidos não serão necessariamente os vencedores, pois há no Brasil um grande desejo de mudança após a deflagração pela PF da Operação Lava Jato.

Tarde – O Ibope constatou também que o eleitor está escolhendo cada vez mais tarde em quem pretende votar para prefeito. Dessa decisão tardia resultaram viradas de última hora como a que ocorreu em SP em 2012. O candidato Celso Russomano (PRB) liderou a corrida eleitoral até setembro mas acabou sendo ultrapassado por Fernando Haddad (PT), que ganhou a eleição.

Curso – Atraído pela política, o deputado e candidato a líder do PMDB na Câmara Federal, Hugo Mota (PB), neto da prefeita de Patos, Francisca Mota, trancou o curso de Medicina.

Dúvida – Elias Lira (PSD), prefeito de Vitória, que já foi reeleito, não definiu ainda o seu candidato, mas a oposição já está com o dela nas ruas: o ex-prefeito José Aglailson (PSB).

Folga – José Patriota (PSB), prefeito de Afogados da Ingazeira e presidente da Amupe, ficou sem adversários forte no município após o falecimento da ex-prefeita Giza Simões (PSDB).

Rebeldia – O deputado Gonzaga Patriota não vai votar nos candidatos a prefeito do seu partido (PSB) nem em Petrolina e nem em Salgueiro. Na primeira, já disse que não apoiará o deputado Miguel Coelho. E, na segunda, que vai apoiar o candidato de oposição ao prefeito (que já foi reeleito) Marcones Sá (PSB), seja ele quem for.

Rasteira –Telma Ribeiro, presidente nacional do PMN, decidiu vir ao Recife no último sábado para desfazer versões de que seu partido teria desistido da candidatura própria à prefeitura da capital. O candidato será o ex-vereador Sérgio Magalhães. A chapa de vereadores já está sendo montada e a principal novidade é a procuradora Noélia Brito.

Pressão – Luizianne Lins, deputada federal pelo PT-CE, está sendo pressionada pelo diretório de Fortaleza a enfrentar o prefeito Roberto Cláudio (PDT), ligado ao ex-ministro Ciro Gomes, que concorrerá à reeleição. Luizianne governou Fortaleza na mesma época em que João Paulo (PT) governou o Recife e se tornaram grandes amigos. Ela não tem qualquer aproximação com o governador Camilo Santana, embora sejam do mesmo partido.

Reação – O ex-presidente Lula cansou de apanhar dos adversários e ficar calado. Já foi chamado de “vagabundo” no programa Casseta e Planeta e de “sem-vergonha” pelo empresário João Dória Júnior, fundador do Lide (grupo de líderes empresariais) e pré-candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo. A partir de agora, o ex-presidente adotará a tática do “bateu, levou”. Tanto que já decidiu interpelar judicialmente o empresário tucano.

Foto: Reprodução

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