Com informações do Blog do Magno Martins -
O excesso na segurança da presidente Dilma observado, ontem, durante a sua passagem pelo Recife, não tem precedentes no País. O aparato policial, montado a partir do momento que os raios do sol brilharam na Via Mangue, é algo próximo ao ridículo. Tenho a impressão que nem o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o homem mais poderoso do mundo, ousa exigir igual proteção para si.
Os excessos só têm uma explicação: presidente em baixa não pode ter contato direto com o calor humano das ruas. Puxada para o fundo do poço pelos escândalos, Dilma corre do enfrentamento das ruas como o diabo da cruz. Está prisioneira do ar-refrigerado do Palácio do Planalto. Seu Governo é uma catástrofe. Ela, a maior fraude inventada por Lula.
Aliás, o ex-presidente é um péssimo fomentador de quadros gestores. Não apenas nos deixou de herança a madrasta brasileira como jogou no colo do povo de São Paulo Fernando Haddad, o pior prefeito da história da cidade. O Brasil paga uma conta cara por esse desacerto. São Paulo, estressada, não vê a hora de virar a folhinha do calendário para se livrar do aprendiz de feiticeiro criado por Lula.
Um presidente que não consegue sair às ruas não pode ser feliz. O semblante da chefe da Nação mostrado, ontem, aos recifenses, é de uma mulher angustiada, tensa, nervosa, insegura. Típico, portanto, de quem encosta a cabeça no travesseiro e o sono não chega. A insônia é companheira porque o seu Governo apodreceu. É uma vergonha, quando deveria ser um orgulho.
É uma vergonha porque, além dos assaltos aos cofres públicos, jogou o emprego dos trabalhadores pela janela. Números divulgados, ontem, pelo Ministério do Trabalho, no mesmo dia em que ela estava no Recife, apontam que as demissões superaram as contratações em 1,54 milhão de vagas formais em todo ano passado. O resultado é o pior para um ano da série histórica que tem início em 2002, considerando ajustes.
Na série sem ajustes, é o pior desempenho desde 1992, quando teve início a contabilização dos empregos formais pelo Governo. Com isso, trata-se do pior resultado em 24 anos. O fechamento de vagas aconteceu em meio à forte queda do nível de atividade da economia, com a economia em recessão e disparada da inflação – que ficou em 10,67% em 2015, o maior patamar em 13 anos.
Envergonha, igualmente, porque também, ontem, a Polícia Federal entregou à Justiça Federal do Rio um relatório no qual responsabiliza 28 pessoas por um rombo de R$ 5 bilhões no Postalis (Fundo de Pensões dos Correios). As investigações encontraram indícios de gestão temerária, crimes contra o sistema financeiro e organização criminosa. Entre os responsabilizados pelo mau uso das contribuições dos servidores dos Correios estão diretores e ex-diretores do fundo. Este é o Governo que rouba e maltrata o povo, um Governo sem-vergonha.
Por isso, Dilma tem medo das ruas.
RECIFE, A QUARTA – A cidade de São Paulo foi a que mais demitiu em 2015, com quase 140 mil postos de trabalho fechados, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. Em seguida, vêm Rio de Janeiro, com 82,7 mil cortes, e Belo Horizonte, com 68,4 mil vagas fechadas. Recife vem em seguida, na quarta posição, tendo demitido 38, 031 trabalhadores. Na outra ponta, a cidade que mais contratou foi Canaã dos Carajás, no Pará, com 2.801 vagas abertas.
Ministro enche ego do prefeito – Na solenidade de inauguração da Via Mangue, ontem, em que se percebeu uma briga silenciosa pela paternidade da obra entre PSB e PT, o prefeito Geraldo Júlio (PSB) deve ter festejado o discurso do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, que disse, sem arrodeios, que ele foi o principal responsável pelo projeto virar, enfim, uma boa realidade aos recifenses. “Esteve empenhado o tempo todo”, sintetizou.
Mal-entendido – Sem conhecer de fato o que pleiteavam os canavieiros em protesto, ontem, nas proximidades da Via Mangue, a mídia entendeu que a presidente Dilma havia cedido à categoria quando, no discurso, informou que sairia, hoje, no Diário Oficial, a assinatura de um decreto tratando de medidas no setor de açúcar. Na verdade, a decisão, depois de analisada, é voltada para os usineiros e não produtores de cana.
Senadores ausentes – Embora a Via Mangue tenha o carimbo especial do PSB, que governa o Recife, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) não deu o ar da sua graça, ontem, na solenidade. Também não apareceram os senadores Humberto Costa (PT) e Douglas Cintra (PTB). Este mandou justificar que estava num encontro inadiável em São Paulo. Já Humberto, segundo correu informações durante o evento, estaria curtindo o recesso no exterior.
Risco de inelegibilidade – A ex-prefeita de Olinda, deputada federal, Luciana Santos (PCdoB), conseguiu adiar para a próxima semana o julgamento das suas contas de 2002. Prevista para ser votada na última quarta-feira, saiu mais uma vez da pauta porque o relator Marcos Nóbrega pediu para se deter no processo. Como as contas, com gravíssimas irregularidades nos recursos aplicados em educação já são objeto de avaliações há sete anos, poucos acreditam que o relator evite a degola da ex-prefeita. Se condenada, ficará inelegível para disputar a Prefeitura.
CURTAS
CIDADANIA – A Câmara de Vereadores de Abreu e Lima, na Região Metropolitana, aprovou, por unanimidade, o título de cidadão a este blogueiro. A iniciativa foi do vereador Elton Vasconcelos (PCdoB), a quem agradeço. Matuto de Afogados da Ingazeira, trata-se da minha quinta cidadania longe do Sertão. Já recebi de Paulista e Jaboatão, faltam Recife e Caruaru, também já aprovados.
PLANO B – Em Goiana, vereadores da base governistas, com a anuência do prefeito Fred Gadelha (PTB), articulam nos bastidores um plano B temendo o risco de apostar na reeleição do trabalhista: uma possível candidatura de Edval pelo PR, partido do vereador Rabicó, membro da tropa de choque do prefeito. Municipal. Edval já foi derrotado três vezes em eleições para prefeito e duas vezes para deputado estadual.
Perguntar não ofende: Quanto custou aos cofres da União o forte esquema de segurança para proteger Dilma, ontem, no Recife?
Foto: Reprodução
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