Com informações do Blog de Inaldo Sampaio -
Dilma Rousseff sancionou, sem vetos, na última quinta-feira, a Lei Orçamentária deste ano. Esperava-se que ela vetasse, pelo menos, o artigo que prevê a liberação de 819 milhões para o fundo partidário, mas ela não quer briga com o Congresso, que vai julgar seu processo de impeachment, e fechou os olhos para essa questão. Alega-se que esse dinheiro é necessário ao funcionamento dos partidos, já que o STF proibiu que pessoas jurídicas façam doações para candidatos.
Ou seja, sem financiamento público e também privado, o dinheiro para as campanhas tem que sair de algum lugar e este será o OGU. Do dinheiro do fundo partidário, 95% são rateados proporcionalmente ao tamanho das bancadas e 5% são divididos igualitariamente com as 36 legendas que há no país. Dá cerca de R$ 1,1 milhão para cada uma (quase 100 mil/mês), o que por si só explica por que há no Brasil tantas legendas de aluguel.
Pé na estrada
O senador Fernando Bezerra (PSB) pretende visitar até o próximo dia 31 pelo menos 30 cidades do interior. Faz exatamente aquilo que Eduardo Campos fez após eleger-se governador em 2016. Ele ia pessoalmente ao município e visitava o prefeito, na prefeitura, independente de ser aliado ou adversário. Não se sabe, porém, se o desejo do senador é agradecer os votos recebidos em 2014, ou tentar construir uma candidatura ao governo estadual, em 2018, fora do PSB.
Desprezo – A pedido da presidente Dilma, o prefeito Geraldo Júlio (PSB) adiou para a próxima quinta-feira a inauguração da segunda etapa da Via Mangue, que estava prevista para ontem. O prefeito, sempre que pôde, evitou por todos os meios ficar cara a cara com a presidente. Além de ser a favor do processo de impeachment, costuma referir-se a ela como “aquela mulher”.
Sonho – O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) voltou a defender em entrevista a “Veja” a extinção dos atuais partidos, tese sabidamente inviável porque a elite política do pais é contra.
Contas – O coronel Mário Cavalcanti dará uma coletiva de imprensa, hoje, em Gravatá, para prestar contas do que fez nesses 60 dias em que se encontra na cidade como interventor.
Trem – O prefeito Júlio Lossio (PMDB) vai revitalizar a antiga estação de trem do distrito de Rajada, em Petrolina, terra natal e berço político do deputado estadual Odacy Amorim (PT).
Imposto – Mendonça Filho (foto), líder do DEM na Câmara Federal, é capaz de apostar até a alma como a recriação da CPMF não passa no Congresso. Alega que a carga tributária no país alcançou 36% do PIB e que a maioria dos congressistas não dará o seu aval para ampliá-la. No entanto, Dilma já está contando com esse dinheiro no OGU de 2016.
Aedes – País de terceiro mundo é assim mesmo. Só a prefeitura do Recife necessita de R$ 30 milhões para universalizar a campanha de combate ao mosquito Aedes Aegypti. O Ministério da Saúde liberou R$ 44 milhões para os nove Estados do Nordeste, cabendo a Pernambuco uma ninharia: R$ 6,7 milhões (cerca de 20% do que o Recife solicitou).
Marca – O Governo do Estado inicia hoje o processo de inscrição no programa “Chapéu de Palha” dos trabalhadores da agricultura irrigada. É um peso e tanto para as combalidas finanças estaduais, mas o governador Paulo Câmara faz questão de mantê-lo em homenagem ao seu criador: Miguel Arraes. O programa começou com os trabalhadores da palha da cana e depois foi estendido para o pessoal da pesca artesanal e da agricultura irrigada.
Calma! – Servidores da prefeitura do Recife marcaram uma assembleia para a próxima sexta-feira para pressionar o prefeito Geraldo Júlio a dar-lhes 13,19% de reajuste e um aumento de 18,5% no vale-refeição. As reivindicações são justas. Mas é preciso saber, primeiro, se a PCR está em condições de atendê-las. Não custa lembrar que Minas Gerais, 2º estado mais rico da federação, vai pagar a folha dos seus servidores em três parcelas.
Foto: Reprodução
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