Visão de negócio, determinação e mudança de vida motivaram a líder da Associação dos Produtores Rurais da Natureza a abrir a sua própria empresa há quatro anos. Filha de agricultores, Angeli Melo, de 43 anos, administra uma organização Hortifruti Viver Bem, situada na Zona Rural do Cabo de Santo Agostinho - distante aproximadamente 30 kg da capital de Pernambuco -, que fatura mensalmente R$ 300 mil. As frutas, legumes e folhagens comercializadas são fornecidos por mais de 100 agricultores da região, que formam a cooperativa da organização.
Diretora da Associação há dez anos, a agricultora, que auxiliava semeadores rurais através de orientação de venda e comercialização e de plantio, deslumbrou uma visão de mercado diferente. “Observei o crescimento de Suape e decidi arriscar no meu próprio negócio. Como havia feito vários cursos de capacitação e estava à frente dos agricultores, identifiquei as necessidades dos clientes e a oportunidade de negócios da localidade”, relata Angeli.
Em entrevista, a agricultora (foto à direita) explica que as dificuldades foram inúmeras. “Nunca tivemos nenhum incentivo ou financiamento. Para conseguirmos o capital de giro da empresa, precisamos extrair recursos do próprio roçado”, relata Angeli. Ela ainda conta que o diferencial, a principio, foi fornecer produtos processados. “Começamos com a macaxeira, na época oferecemos o produto descascado e embalado a vácuo. Posteriormente percebi as necessidades das cozinhas industriais do Complexo de Suape e hoje atendo a 14 empresas”, conclui.
Com 12 funcionários cadastrados, atualmente, a organização, possui quatro caminhões para realizar a logística de entrega. Além dos 100 agricultores, que fornecem as furtas e legumes, algumas são adquiridas através das Centrais de Abastecimento S/A (CEASA), do Estado. De acordo com a gestora, no total, são distribuídas mais de 1 mil toneladas de hortfruti por mês. Durante entrevista ao Portal LeiaJá, Angeli fala sobre sua motivação e qual o objetivo para o futuro.
O agricultor Adebell Severino Melo (foto à esquerda), relata que hoje todos os trabalhadores rurais têm mais segurança. “Agora conseguimos produzir sem o medo de perder o produto semeado. Com a venda certa sentimos mais segurança”, diz o trabalhador. Segundo a Angeli, além dos agricultores receberem capacitações sazonalmente, eles recebem orientações de como atingir o padrão de qualidade exigido pelas empresas.
“Atualmente, 70% dos produtos distribuídos para as cozinhas industriais do complexo de Suape são produzidos por agricultores da região. Porém, a proposta é aumentar esse número”, conclui a agricultora. Ainda segundo Angeli, os outros 30% são fornecidos por empresas que comercializam na Ceasa. “A grande realização profissional é ver o crescimento dos semeadores locais e saber que conseguimos alcançar ‘voos’ mas altos”, conclui.
A nutricionista Roselita Andrade aposta nessa ideia e um dos motivos de contratar o serviço da empresa é fomentar o emprego. “Valorizamos um setor que é primordial, porém um pouco esquecido. Sem contar que o modelo de gestão é excelente! Falamos com o dono e recebemos um atendimento personalizado”, aponta a gestora da unidade L.C. Restaurantes, que administra mais de 3 mil refeições diariamente.
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