Com informações do Blog de Inaldo Sampaio -
O senador Humberto Costa se comporta no Congresso como um dos mais leais aliados de Dilma Rousseff. Defende com convicção as teses do governo e não teme fazer a defesa de temas impopulares com as medidas provisórias do ajuste fiscal e os cortes feitos no OGU deste ano. No entanto, o exacerbado governismo do senador já está passando do limite. Quando da vinda de Dilma à cidade de Goiana, por exemplo, para inaugurar a fábrica da Fiat, o senador garantiu que, para ela, “o Nordeste continua sendo prioridade”.
Depois, quando Dilma esteve em Ipojuca para assistir ao lançamento ao mar do navio André Rebouças, o senador disse que Pernambuco “continua sendo prioridade para o nosso governo”. E anteontem, em Caruaru, durante visita a um acampamento do MST, disse que a reforma agrária é “prioridade” para o governo federal. A experiência ensina que governo que tem várias “prioridades” na realidade não tem nenhuma.
O Nordeste da presidente
Se Dilma levasse em consideração os votos que teve no Nordeste no 1º e no 2º turnos da eleição presidencial, esta região, de fato, seria prioridade para o governo dela, o que não está ocorrendo. Ela obteve nos nove estados nordestinos cerca de 70% dos votos válidos, ganhando de Aécio Neves (PSDB) na Bahia por 2,9 milhões de votos, no Ceará por 2,45 milhões e em Pernambuco por 1,97 milhão. Só nesses três estados, portanto, ela abriu uma frente de 7,2 milhões de votos.
Cansaço – Depois que os professores da rede estadual decidiram voltar à greve no próximo dia 29, a tática do governo será vencê-los pelo cansaço, como faz Alckmin em SP. Lá, os mestres estão em greve desde 13/3. O Tribunal de Justiça impediu o desconto dos dias parados. Mas uma liminar do presidente do STJ, o pernambucano Francisco Falcão, autorizou a penalidade.
Sessão 1 – Por proposição do vereador Wanderson Florêncio (PSDB), a Câmara Municipal do Recife fará sessão solene hoje (9h) para comemorar os 46 anos de fundação do Detran.
Sessão 2 – A Assembleia Legislativa também fará sessão solene para assinalar o centenário de nascimento do advogado, escritor e militante comunista (até à morte) Paulo Cavalcanti.
Azar – Para azar dos prefeitos que iniciam hoje a 18ª Marcha a Brasília, o cenário econômico, adverso, não permite antever nenhum tipo de ajuda do governo federal para tirá-los do sufoco.
Exclusão – Já se falou em Petrolina que o prefeito Júlio Lossio (PMDB) tanto pode apoiar à sua sucessão o deputado Odacy Amorim (PT) como o deputado Lucas Ramos, se este for o candidato do PSB. Mas não se fala na possibilidade de o prefeito apoiar seu vice, Guilherme Coelho, que trocou o DEM pelo PSDB.
Exército – Pelo critério da “força política”, o prefeito de Jaboatão, Elias Gomes, vai acabar assumindo o controle do PSDB estadual. Além de governar a 2ª maior cidade de Pernambuco, ele tem um filho na Câmara Federal (Betinho Gomes), que lidera a oposição no Cabo, e 14 vereadores tucanos na sua base de sustentação.
Corte 1 – O corte de 11,8 bilhões no orçamento do Ministério da Saúde terá reflexos na principal promessa de campanha do prefeito Geraldo Júlio: o Hospital da Mulher. Mesmo que o prefeito consiga terminá-lo este ano, como prometeu, será necessário equipá-lo e conveniá-lo ao SUS para que comece a funcionar. Já o corte na educação da “pátria educadora” (9,4 bilhões) vai atrasar o término de escolas técnicas federais.
Corte 2 – O corte de 17,2 bilhões no orçamento do Ministério das Cidades vai atrapalhar os planos do secretário André de Paula (Cidades), que foi escolhido para a pasta por ser do mesmo partido (PSD) do ministro Gilberto Kassab. Isso vale também para o secretário Sebastião Oliveira (transportes) que é do mesmo partido do ministro Antônio Carlos Rodrigues (PR), cuja pasta sofreu um corte de 5,7 bilhões (35,8% do total).
Foto: Reprodução
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