Com informações do Blog de Inaldo Sampaio -
Dilma está dando sinais de resistência ao renegociar com outros partidos fisiológicos os parlamentares que perdeu no Congresso com a saída do PMDB da base governista. Para tentar livrar-se do impeachment, ela deve ampliar os espaços do PP, PSD e PR, o que não constitui nenhuma novidade, pois quem detém o poder procura preservá-lo com as armas que tem. No entanto, é ilusório imaginar que oferecendo ministérios a partidos fisiológicos a presidente se sustentará no cargo.
Sua permanência ou não no Palácio do Planalto dependerá unicamente das ruas. Se o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, colocar o pedido de impeachment em votação num dia de domingo, por exemplo, ou mesmo no feriado de Tiradentes como se cogita, e o povo invadir de novo às ruas para pressionar os deputados federais, adeus. Poucos terão coragem de ficar ao lado dela até o fim, como se viu na votação do impeachment de Collor de Mello.
Os protestos a favor
Segundo cálculos dos organizadores, cerca de 90 mil pessoas saíram 5ª feira à tarde às ruas do Recife para se solidarizar com Dilma Rousseff. A PM calculou 6 mil e os números desta última são mais confiáveis. Um dos presentes foi o ex-prefeito João Paulo (PT), que cada vez mais dá demonstrações de que não pretende se candidatar à PCR nas eleições do próximo ano. Um candidato do PT contribuiria para levar a disputa ao 2º turno, mas está faltando interessados.
De graça – O deputado André Ferreira (PSC) havia condicionado o apoio do seu partido à reeleição de Geraldo Júlio ao apoio do PSB à candidatura de seu mano, Anderson (PR), deputado federal, à prefeitura de Jaboatão. A proposta não está mais válida porque o PSC e o PSB já se entenderam. Os “Ferreira” vão apoiar o PSB, mesmo sem a contrapartida de Jaboatão.
Contas – Pelas contas do ex-deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), que, como presidente da Câmara Federal, presidiu a sessão do impeachment de Collor, Dilma não será “empichada”.
Espaço – Eventual ida do deputado Kaio Maniçoba (PMDB) para a Secretaria de Agricultura no lugar de Nilton Mota (PSB) pode reduzir a força de Danilo Cabral (Planejamento e Gestão).
Aliança – Aliaram-se de novo em Moreno para tentar impedir a reeleição do prefeito Adilson Gomes Filho (PSB) os ex-prefeitos Vavá Rufino (PTB) e Edvard Bernardo (PSDB).
General – Já que Dilma não é do ramo, quem está à frente da coordenação política do governo dela é o ex-presidente Lula, que já participou de mais de 50 reuniões em Brasília só nos últimos 15 dias. O ex-presidente considera possível reatrair o PSB para a base governista, hipótese descartada pelo presidente Carlos Siqueira e o governador Paulo Câmara.
Viagem – Lula está tão empenhado na manutenção do mandato de Dilma que vai hoje à tarde a Fortaleza participar de um ato de solidariedade à sua sucessora. O PT cearense é um balaio de gatos. O governador Camilo Santana é aliado dos irmãos Ciro e Cid Gomes (PDT), que sofrem cerrada oposição de Luizianne Lins, deputada federal e ex-prefeita da capital.
100 anos – A família “Valença” de São Bento Una pretende festejar em grande estilo o centenário de nascimento do ex-prefeito e ex-deputado estadual Lívio de Souza Valença no dia 12 de junho próximo. Lívio, que era médico e passou pelo PSD e o MDB, era irmão de Rubem Valença (procurador de justiça), Geraldo Valença (juiz de direito) e Décio Valença (pai do cantor Alceu Valença e sogro de Carmem Sílvia, filha de Miguel Arraes).
Osso – Os dois secretários que o PSB tinha em Olinda já entregaram seus cargos: Tales Vital (Esportes e Lazer) e Estênio Brito (Controle Urbano). Não quiseram constranger o candidato do partido à prefeitura, Antônio Campos, que se coloca em oposição ao prefeito Renildo Calheiros (PCdoB). Há um terceiro membro do partido no governo – Maurício Galvão, secretário de turismo, mas não por indicação partidária e sim na quota do próprio prefeito.
Foto: Divulgação
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