Com informações do G1 PE -
Dos 184 municípios de Pernambuco, 168 estão acima do limite de alerta estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. É o que revela um levantamento feito pela Coordenadoria de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado (TCE) com números de 2015 e divulgado nesta segunda-feira (18). Os dados apontam que, em comparação ao ano anterior, houve um acréscimo no número de prefeituras que estão descumprindo a norma.
De acordo com o trabalho, divulgado nesta segunda, 126 prefeituras (68% do total) extrapolaram o limite de gastos com a folha. Ou seja, gastaram mais do que 54% da Receita Corrente Líquida (RCL). Quarenta e dois municípios (23%) tiveram despesa com pessoal entre o limite alerta e o limite máximo (faixa entre 48,60% e 54% da Receita Corrente Líquida).
Apenas 15 municípios (8% do total) conseguiram cumprir a norma, comprometendo com o pagamento da folha um percentual da receita abaixo do limite alerta. Somente uma prefeitura deixou de repassar informações sobre despesas com o seu pessoal ao Tribunal de Contas.
Em 2014, 165 das 184 prefeituras pernambucanas apresentaram despesas com pessoal acima do limite alerta. Naquele ano, 115 prefeituras (62,5% do total) ultrapassaram o limite de 54% previsto na lei.
As informações constam dos Relatórios de Gestão Fiscal do 3° quadrimestre e do 2° semestre de 2015 disponíveis no Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi) do Ministério da Fazenda.
Regiões
Considerando o total de municípios de cada região, o Agreste registra o maior índice de prefeituras que estão descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal. Dos 71 municípios, 56 (79%) extrapolaram o limite de gastos com a folha. Na Zona da Mata, que tem 43 municípios, 31 deles (72%) estão nessa situação.
No Sertão do São Francisco, com 15 municípios, 11 deles (73%) extrapolaram o limite. Nas demais áreas do Sertão, com 41 municípios, 21 deles (51%) estão nessa situação. Na Região Metropolitana, com 14 municípios, sete deles infringem a norma.
Para o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota, o estudo reflete a situação grave vivenciada pela maioria das cidades pernambucanas. Segundo ele, em época de crise econômica, não há como andar na linha e equilibrar os gastos. Patriota ressalta que ainda existe o problema da seca em várias cidades.
Ele enumera as dificuldades para lidar com a Previdência e com o custeio das vantagens dos trabalhadores aprovadas por leis aprovadas pelo Congresso Nacional. "Hoje, o comércio não vende e nós não temos arrecadação de impostos. O professor bate à porta e pede o piso salarial. Assim, não tem quem ajuste as contas. É como encher o baldo de leite e depois chutar", declarou.
Ações
As prefeituras que estão descumprindo a LRF vão receber ofícios do Tribunal de Contas com um alerta sobre a necessidade de se enquadrar nos limites impostos.
Os informes são enviados em três situações. Quando a despesa com pessoal está entre 48,60% e 51,29% da Receita Corrente Líquida. Para este caso, considerado como "limite alerta", a lei não prevê vedações ou punições ao gestor. O propósito é tão somente chamar sua atenção para o limite do gasto.
Quando a despesa total com pessoal variar entre 51,3% e 54% da Receita Corrente Líquida. Nesta hipótese, o gesto terá ultrapassado o chamado o “limite prudencial”, mas a Lei não prevê punição para o gestor. Apenas o impede de realizar novas despesas na área de pessoal, tais como: concessão devantagens; aumento; reajuste ou adequação de remuneração; criação de cargo, emprego ou função; alteração da estrutura de carreira que implique aumento de despesa; provimento de cargo público; admissão ou contratação de pessoal, e pagamento de horas extras.
E quando a despesa total com pessoal ultrapassar o percentual de 54% da Receita Corrente Líquida. Neste cenário, há um extenso rol de vedações que vão desde a aplicação de penalidades ao gestor até a proibição de celebrar convênios com os governos estadual e federal.
Foto: Reprodução
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